São Paulo (AUN - USP) - Demétrio Magnoli, colunista do jornal Estado de S. Paulo, falou na palestra Colunismo na Imprensa, promovida pela Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP), que é imprescindível que os colunistas de jornais e revistas contestem os políticos que estão no poder. Segundo Magnoli, se os colunistas exaltarem as boas ações do governo, o espaço cedido nesses meios de comunicação viram parte da propaganda estatal.
O colunismo serve como uma espécie de porta – voz da sociedade para expressar opiniões a respeito dos governantes, uma vez que eles possuem grande facilidade em emitir julgamentos sobre os mais variados temas. É importante que os colunistas tenham um programa baseado na democracia e na liberdade de expressão. Eles devem escrever sobre aquilo que quiserem, sem qualquer interferência do veículo para o qual trabalham. Apesar de possuírem essa liberdade, os colunistas não podem esquecer de manter o respeito pelas pessoas que criticam em seus artigos. O colunismo serve para adensar o debate público sobre os rumos da política, e não, para ofender ou caluniar alguém.
Magnoli acredita que as colunas dos jornais e revistas são mais relevantes que aquelas publicadas em sites ou blogs, uma vez que na internet qualquer pessoa pode expressar o que pensa. Já nos veículos impressos, os colunistas são selecionados de forma mais rigorosa por existir uma carência de espaço.
Seja para um veículo impresso ou para um veículo digital, Magnoli recomenda que o texto de uma coluna seja conciso, elegante e inteligente. As críticas podem ser duras desde sejam fundamentadas em fatos, argumentos e até dados históricos. As ironias nem sempre são necessárias, mas, se bem feitas, podem ser utilizadas.