ISSN 2359-5191

30/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 154 - Educação - Escola Politécnica
Metodologia auxilia na redução de acidente de trabalho
Estudo desenvolvido na USP mostra como empresas podem diminuir o índice de acidentes no ambiente de trabalho

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil apresenta, ainda, um alto número de acidentes de trabalho registrados. Em 2007, foram mais de 653 mil casos, um aumento de 141 mil acidentes em relação ao ano anterior, segundo o último Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho. Cerca de 2,8 mil pessoas morreram, enquanto mais de 8,5 mil trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados. Para evitar que essa situação se agrave, o engenheiro Reginaldo Lapa desenvolveu, em sua dissertação de Mestrado defendida na Escola Politécnica (EP-USP), uma metodologia que visa a redução deste índice de acidentes em locais de trabalho.

Reginaldo afirma que sua pesquisa tem uma abordagem simples, mas que procura essencialmente dar duas dimensões para a gestão de empresas. "A primeira delas é a objetividade. A segunda é a uma visão gerencial", explica. O trabalho nasceu de uma necessidade do engenheiro, que na época do Mestrado era co-gerente de segurança em uma instituição, mas sentia "muita dificuldade" de lidar com essa questão.

O método busca a construção de uma estrutura gerencial. Isso consiste em enxergar a forma que a empresa deseja gerenciar, seja por departamentos, por seção ou por processos. É preciso então analisar desde a tomada de decisão até a execução dela. "Depois, identificam-se os perigos, avaliam-se os riscos e constrói-se um indicador de desempenho, que é um indicador gerencial", afirma Lapa.

O engenheiro ressalta, entretanto, que essas iniciativas demandam uma atenção constante. Em primeiro lugar, é necessário determinar a probabilidade de manifestação dos perigos e qual seria a severidade se houvesse um acidente. "Em função disso, cria-se uma escala de risco", explica. Depois, compara-se essa escala com as medidas de controle da empresa, para avaliar se o risco é aceitável ou não. "É como ir em uma seguradora", compara. "Ela escolhe algumas variáveis para avaliar a probabilidade [de acontecer um acidente]". Lapa explica que, em função disso, ela calcula o risco dela.

A empresa-piloto da pesquisa, que Lapa acompanhou durante cinco anos, apresentou uma redução de 4% para 1% na taxa de freqüência de acidentes ao longo do trabalho, com diminuição inclusive na gravidade dos casos. A metodologia, que foi transformada em software, já atende mais de 15 setores de empresa, entre a indústria química, naval, manutenção elétrica, montagens de avião e outros.

Apesar de ser aplicado em diversas indústrias, o trabalho para cada ramo é específico. "Cada empresa tem seu conjunto de perigos, de aspectos ambientais. Uma empresa do ramo siderúrgico, por exemplo, tem exposição ao calor, a ruído, a fumos, gases, vapores, tem carga suspensa, trabalho em altura", cita o engenheiro. "Com ações objetivas, há como modificar a probabilidade e, conseqüentemente, modificar o risco", finaliza.

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