São Paulo (AUN - USP) - Graduados em Geologia são menos competitivos no mercado de trabalho em relação a graduados em outros cursos, afirma o geólogo e presidente da AGUSP (Associação de Ex-Alunos de Geologia da Universidade de São Paulo) Luiz Vaz. Em mesa redonda promovida no dia 27 de maio pela Feira Nacional de Fornecedores e Empresas de Geologia (Fenafeg), ele explicou que a grade do curso na USP é pouco profissionalizante e, conseqüentemente, a formação para certos campos específicos de atuação é deficitária. Enquanto não houver mudanças na grade, os geólogos perdem colocação para outros profissionais, como engenheiros.
Luiz Vaz toma por exemplo o setor ambiental. Segundo ele, o geólogo é o profissional mais preparado para o meio ambiente por entender da formação de solo, da dinâmica de águas subterrâneas (entre outros fatores), mas compete com engenheiros ambientais ou mesmo técnicos da área. Visando mudar essa situação, ele apresentou na discussão uma proposta de grade curricular que dedicaria 40% das horas-aula a matérias profissionalizantes ao invés dos 11% atualmente dedicados. Para tanto, aboliria os créditos destinados a matérias optativas e ao trabalho de conclusão de curso.
Ele diz que a mudança curricular, no entanto, é apenas uma das ações necessárias para a ampliação do mercado de trabalho para o geólogo. Propõe também a defesa de cargos e funções exclusivas dos geólogos, além da revisão da legislação e organização profissionais. Esta, segundo ele, é totalmente obsoleta - foi outorgada em 1962, e pouco alterada por resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) estabelecidas em 2006 e 2007 - e descreve a profissão basicamente como produtora de ciência. Promoção da liderança de geologia no setor ambiental e expansão de negócios geológicos (exploração de petróleo, por exemplo) são também ações indispensáveis.