ISSN 2359-5191

09/10/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 70 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Estudo busca melhorar qualidade de vida de enfermeiros

São Paulo (AUN - USP) - A chamada escala de hardiness – conceito de difícil tradução para o português, mas que pode ser interpretado como “resistência” – foi tema de uma defesa de mestrado apresentada pela enfermeira Patrícia Serrano na Escola de Enfermagem (EE) da USP no dia 17 de setembro. A pesquisadora aplicou os mesmos testes que são feitos nos Estados Unidos nos profissionais de saúde dos municípios de Sorocaba e Votorantim, ambos no interior de São Paulo.

O objetivo do trabalho foi verificar se estudos desenvolvidos nos EUA são válidos no Brasil. Segundo ela, os resultados são condizentes com os dos estudos norte-americanos e sugerem perspectivas de melhores condições de vida para profissionais de saúde, sobretudo para os enfermeiros, que enfrentam situações de stress no trabalho.

Com origem nos 70, a escala de hardiness procura medir o grau de três atitudes comportamentais tomadas por pessoas quando confrontadas ao estresse. Ela analisa as características de compromisso com a vida profissional, social e consigo mesmo, além do controle das respostas emocionais às situações do cotidiano. Também verifica se é positivo o enfrentamento de situações inesperadas ou desafiadoras, e se o indivíduo é capaz de observar nelas uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Nos EUA, existem cursos que buscam aprimorar tais atitudes comportamentais. Para a autora do estudo, esses treinamentos também poderiam ser ministrados no Brasil.

Controle da depressão
As pesquisas conduzidas por Patrícia consistiram basicamente em adaptar a escala de hardiness à realidade brasileira e aplicá-la aos enfermeiros. Os resultados, além de condizentes com o instrumento original, também evidenciam que as características verificadas pela escala ajudam a controlar o stress e sintomas de depressão nesses profissionais.

Segundo ela, o interesse pelo tema veio da observação de seus colegas de trabalho e de outros estudos semelhantes. Essas pesquisas mostram que algumas pessoas têm melhores mecanismos de lidar biológica e emocionalmente com situações de grande tensão e desgaste físico e mental. “Hardiness aparece como uma característica diferenciada de enfrentamento, pois estuda particularidades de cada pessoa, independente da situação ou do grau de stress enfrentados”, explica Patrícia, que pretende dar continuidade aos estudos, nessa área, através do doutorado.

Na opinião da pesquisadora, a obtenção dos dados que baseiam a pesquisa foi uma das principais dificuldades do trabalho. “O conceito de hardiness é relativamente novo no Brasil, e por se tratar de um termo sem tradução, já afasta as pessoas. Elas também acham que, por se tratar de um questionário, será demorado ou intrusivo e não querem participar”, relata. “Não entendo por que alguns profissionais simplesmente não dão importância ou se recusam a responder às perguntas, já que essa pesquisa poderá ajudá-los”, comenta.

Patrícia acredita que o valor de sua pesquisa está na possibilidade de melhorar a qualidade de vida dos enfermeiros e dos pacientes por eles assistidos. “Se o profissional consegue administrar aquilo que o estressa no ambiente de trabalho, permanecendo saudável e melhorando sua qualidade de vida, quem ganha é o paciente que será beneficiado com uma assistência melhor”, afirma a pesquisadora.

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