São Paulo (AUN - USP) - O projeto intitulado âFrango Felizâ produz materiais genéticos para a realização da avicultura orgânica há doze anos e suas produções já foram distribuÃdas de forma subsidiada até na região Amazônica. Vicente Savino, professor do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura âLuiz de Queirozâ (Esalq) da USP, enumera os procedimentos da iniciativa. âPrimeiro é necessário obter os materiais genéticos através dos frangos já existentes e, depois, realizar os cruzamentos entre os materiais coletados.â
A partir dos nascimentos, os pesquisadores separam as produções de acordo com as linhagens. Os de corte são exclusivos para o consumo, a dupla aptidão indica que o frango pode tanto servir de alimento quanto para botar ovos, no caso da fêmea. Os ornamentais são de interesses especÃficos, pois alguns produtores gostam de misturar os frangos em sua criação, com caráter decorativo. Entre os tipos, existem o âpernalongaâ, com a perna mais comprida do que os demais e o âbaianinhaâ, que bota ovos com a casca azul, explica Savino.
As diversas espécies são obtidas apenas com o cruzamento de material genético, ou seja, a partir de métodos tradicionais, sem utilização de mecanismos transgênicos. O importante é que o hÃbrido seja fértil, para dar continuidade aos estudos, que buscam atender ao pequeno produtor rural. Para cumprir esse propósito, é realizada uma cooperação técnica com a fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), a qual orienta famÃlias de assentados na criação de frangos e ovos do modo tradicional, denominado âfrango felizâ ou âfrango de pastoâ.
Outra parceira significativa ocorreu em 2008, através da ONG Instituto Sócio Ambiental (ISA). Os materiais genéticos foram distribuÃdos para tribos indÃgenas de São Gabriel da Cachoeira, na Amazônia. Um mapa exposto na sede do departamento mostra o alcance das atividades em curso; materiais genéticos do projeto âFrango Felizâ já foram distribuÃdos em Goiás, Mato Grosso, além da consolidação no Estado de São Paulo.