São Paulo (AUN - USP) - Durante debate realizado no Departamento de Filosofia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, um participante levantou uma questão sobre a mediação jurídica em todas as relações familiares expostas no filme “Casa de Alice”. O próprio diretor do filme, Chico Teixeira, que diz não ter pensado nessa mediação, concordou que, de fato, a questão jurídica aparecia no filme, seja na traição que acarreta o divórcio, seja na apropriação de um imóvel, ou seja, na prática de atos ilícitos como é o caso do filho de Alice, protagonista do longa metragem.
O debate ocorreu nos já tradicionais seminários de quarta, realizados no departamento de Filosofia da FFLCH, e contou com a presença de Rubens Machado, professor do Departamento de Cinema da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP; Maria Noemi de Araújo, psicanalista da Clipp (Clínica Lacaniana de Atendimento e Pesquisas em Psicanálise), Paulo Eduardo Arantes, professor aposentado do Departamento de Filosofia, além do próprio diretor do filme, Chico Teixeira.
O filme trata do dia a dia de uma família de classe média em um bairro popular de São Paulo. Alice, interpretada por Carla Ribas, é uma manicure que tenta levar a vida como pode. A trama mostra problemas familiares como a traição, praticada tanto por Alice quanto por seu marido e as dificuldades na criação dos filhos. Fala também da presença de idosos no lar, como é o caso da mãe de Alice, uma senhora, proprietária do apartamento onde reside a família, mas que corre o risco de ser largada em um asilo.
“Casa de Alice” esteve nos cinemas no ano de 2007. O filme já recebeu mais de onze prêmios internacionais. No Festival de Cinema do Rio, em 2007, ganhou o prêmio de melhor atriz pela atuação de Carla Ribas e na Mostra de São Paulo esteve entre os 10 finalistas para o prêmio de melhor filme.