ISSN 2359-5191

24/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 18 - Saúde - Faculdade de Medicina
Correr na pista do Ibirapuera ou na rua gera mesma pressão no pé

São Paulo (AUN - USP) - Aqueles que não têm acesso a pistas de atletismo profissionais e correm na calçada ou na rua não devem se sentir prejudicados. É o que demonstra a pesquisa do Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana da USP, que tinha como objetivo investigar a influência de quatro diferentes pisos na distribuição da pressão plantar.

Realizado pelo Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, o estudo observou que a pressão gerada no pé ao correr no piso de borracha da pista de atletismo do Ibirapuera é muito semelhante àquela proporcionada pelo asfalto da Universidade de São Paulo. Durante dois anos, foram analisadas a sobrecarga que cerca de 200 voluntários recebiam e a pressão que faziam no chão quando corriam na grama, no asfalto, no concreto e na borracha. De acordo com Isabel de Camargo Neves Sacco, pesquisadora coordenadora do projeto, a ideia era analisar o senso comum de que correr na grama é melhor para o corpo do atleta.

Através dos experimentos, comprovou-se que, de fato, a grama atenuou em até 16% o pico de pressão plantar nas regiões laterais comparada aos demais pisos. Os de borracha tiveram, surpreendentemente, os mesmos resultados que o asfalto e o concreto, superfícies consideradas rígidas. Ainda que a percepção de conforto seja maior na borracha, “a gente viu que a pressão que eu tinha quando corria nesse piso é muito semelhante a que eu tinha quando corria no asfalto”, explica a pesquisadora.

A pesquisa foi cautelosa, porém, em afirmar que esse resultado pode ser considerado universal. Isso porque a borracha da pista do Ibirapuera, local onde foram realizados os testes para essa superfície, possui cinco anos. Apesar de o fabricante garantir que ela se encontra no prazo de validade, Isabel desconfia das condições do piso do Ibirapuera. Mesmo assim, ela diz que “pelos resultados atuais, a pista do Ibirapuera tem a mesma resposta que correr no asfalto aqui da USP”.

Método
Para fazer a medição, foram utilizadas palmilhas capacitivas do sistema Pedar X (Novel, Alemanha), compostas de 99 sensores com resolução de um sensor/cm2 . Colocadas dentro de calçados esportivos padronizados, elas enviavam um sinal para o computador de como a pressão era distribuída em todo o pé durante a corrida.

Além do uso de calçados padronizados, outros pré-requisitos foram adotados para eliminar influência de fatores externos no objeto de estudo. Todos os voluntários deveriam possuir no mínimo um ano de corrida e correr no mínimo 10km por semana. Os corredores participantes recebiam ainda um relatório por email, com a imagem da pressão na região plantar do pé, o quanto de sobrecarga era gerada durante a prática e como era a sua pisada.

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