São Paulo (AUN - USP) - Jogo “Conflitos Globais”, trazido para o Brasil pelo professor Gilson Schwartz da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP) e da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP), será apresentado em um congresso em Nova York sobre “Games for change” (jogos por mudança), movimento que prevê uma ação social através de jogos. O congresso é o sétimo encontro da área e acontece entre os dias 24 a 27 de maio.

Lançado em março de 2010 no Brasil e original de uma empresa dinamarquesa “Serius Game Interactive”, o jogo “Conflitos Globais” se baseia em conflitos reais para criar situações verossímeis para os usuários do jogo. Com grande potencial pedagógico, o jogo abrange áreas da História, Geografia, Português, Jornalismo, Relações Internacionais. O professor afirma que “a vivência do game (jogo) é só um ponto de partida para a produção de conteúdo”.

O jogo já aborda algumas regiões do mundo, como o Oriente Médio que traz o conflito entre Israel e Palestina. No Brasil, foi lançado apenas sobre a América Latina, por serem “conflitos mais próximos ao Brasil”, disse o professor Gilson Schwartz.

O aluno pode investigar como é cruzar a fronteira do México e dos Estados Unidos, pode investigar maus tratos de funcionários em uma fazenda na Bolívia, e partir disso, ele pode escrever uma matéria e até criar seu próprio jornal. O professor Schwartz diz que ainda que há planos de lançar um jogo que envolva conflitos na Amazônia. No Brasil, o jogo ainda está sendo apresentado para as escolas.

A plataforma Conflitos Globais nasceu de uma parceria entre as empresas Serious Games Interactive, da Dinamarca, e da Iconomia Produções Culturais, empresa criada por Schwartz, e ainda a Cidade do Conhecimento da USP, centro de pesquisa liderada pelo professor, que foi selecionada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia entre as dez melhores notas do programa “Primeira Empresa Inovadora – PRIME” em 2009.

Há cerca de dez anos, a Cidade do Conhecimento pesquisa novas mídias e, como elas têm uma aplicação prática na vida real. Ele trabalha com o conceito de emancipação digital, de que é possível se apropriar dos meios digitais e trazer renda, identidade e conhecimento (o que é possível produzir) para si a partir desses meios. Gilson Schwartz afirma que já foi curador do Banco Bradesco no Second Life, um ambiente virtual e tridimensional que simula alguns aspectos da vida real.