ISSN 2359-5191

29/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 41 - Educação - Instituto de Psicologia
Conquistar é mais difícil do que apaixonar, diz especialista

São Paulo (AUN - USP) - A paixão e a conquista parecem andar sempre juntas. Porém, o vão que as separa é maior do que se imagina. Segundo Ailton Amélio da Silva, especialista em relacionamentos amorosos e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP), é muito mais difícil de fato conquistar uma pessoa do que fazê-la se apaixonar.

A paixão, de acordo com uma teoria elaborada pelo escritor francês Stendhal, tem três pré-requisitos: admiração, esperança e insegurança. Deles, admiração é o mais óbvio: a pessoa se apaixona mais facilmente por alguém que tenha qualidades que ela admire e considere importantes num parceiro.

Já a esperança consiste em a pessoa saber que tem chances de ficar com a outra. Sem isso, a paixão mal chega a florescer. Ailton comprovou isso numa pesquisa informal que realizou entre os funcionários do instituto, a quem perguntou o que achavam das alunas. Como resposta, ouviu que elas eram muito “bonitas e bem cuidadas”. Em seguida, perguntou se eles estavam apaixonados. As respostas foram negativas. “Havia admiração, mas não esperança”, contasta. “Todo mundo que trabalha com o pessoal mais rico, mais bonito e mais arrumado, estão todos apaixonados? Na verdade é muito pouco, quase ninguém”.

Por fim, há a insegurança, também chamado de “catalisador de amor”. O fato de a pessoa dar atenção a outra às vezes sim, às vezes não, faz com que esta segunda tenha mais chances de se apaixonar.

Já a conquista leva em conta características mais profundas, que remetem a quem a pessoa é de fato. “No jogo amoroso, quem é a pessoa tem um peso danado”, afirma o professor. E isso está ligado a diversos elementos, como o físico, a família, as “informações demográficas” (quem é, o que faz, onde vive) e o seu próprio comportamento. Assim, por envolver fatores mais complexos que a paixão, a conquista torna-se mais difícil.

Estilos de amor
Outro fator ainda interfere na conquista e na paixão: a existência de diversos estilos de amor. De acordo com Ailton, há uma teoria, denominada “teoria das cores do amor”, que estabelece seis tipos principais de amor: os primários seriam eros (ligado ao físico e ao sexo), ludus (que gosta mais da conquista em si) e estorge (amor surge da amizade); Já os secundários são mania (ciumento e inseguro), ágape (preocupação com o parceiro é central) e pragma (mais prático, analisa muito antes de se envolver). “É como as cores que percebemos. Dependendo da intensidade, há milhões de cores”.

E o estilo predominante em uma pessoa influencia em sua forma de se apaixonar ou ser conquistada. Uma pessoa do tipo mania, por exemplo, está mais vulnerável a se apaixonar por alguém que se aproveite da insegurança. “Cada estilo de amor é mais ou menos sensível às medidas que podem ser usadas”, fala o especialista.

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