ISSN 2359-5191

20/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 55 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Design sinestésico amplia o impacto de peças visuais

São Paulo (AUN - USP) - O design gráfico estimula principalmente a visão dos seres humanos. No entanto, não seria possível incitar também os quatro sentidos restantes a partir de uma imagem? Yuji Kawasaki, mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), defende que sim. As técnicas gráficas e os estímulos visuais que impactam os demais sentidos humanos são o tema de sua pesquisa.

Kawasaki explica que, em alguns casos, o design gráfico pode provocar uma inter-relação literal entre os cinco sentidos. Os materiais impressos possuem textura, peso, aroma e sabor. Essa é a maneira mais óbvia de se trabalhar com a sinestesia, mas ela pode ainda ser explorada de um modo indireto e subjetivo, através da memória sensorial dos indivíduos. “Baseados em experiências pessoais, no repertório do emissor e do receptor, pode-se evocar sentidos distintos à visão através de estímulos visuais, como lembrar o gosto de uma maçã ao ver uma maçã ou da dor provocada por um espinho ao ver a figura de um cacto.”

As interpretações das imagens variam de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, o que enriquece e complexa as possibilidades de comunicação, além de torná-las imprevisíveis. Por isso, o pesquisador ressalta a importância de se estudar e desenvolver relacionamento dos estímulos gráficos com os demais estímulos, o qual, se bem-sucedido, potencializa os resultados obtidos por um trabalho de design.

Para exemplificar sua tese, Kawasaki se utiliza de alguns exemplos do cotidiano. O primeiro é um perfume, cujo design suave e feminino da embalagem sugere uma fragrância frágil e adocicada. Depois, ele cita o rótulo da cerveja Brahma. As gotículas impressas na parte de baixo da imagem “funcionam como uma metáfora de algo gelado, apresentando uma característica desejável ao produto, insinuando a refrescância atingida no momento do consumo.”

Por fim, Kawasaki defende que os recursos sinestésicos podem “suprir as necessidades da sociedade atual por uma comunicação rápida e eficiente, mas ao mesmo tempo envolvente, que faça o receptor refletir e interagir sobre a mensagem recebida.” Para ele, desenvolver o design sinestésico permitirá “estabelecer novos parâmetros visuais, romper com estereótipos e surpreender o observador.”

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