ISSN 2359-5191

21/10/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 88 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Aparelhos oferecem isolamento acústico e ventilação simultaneamente
Desenvolvidos na FAU, o uso dos chamados “cobogós” é voltado especialmente para fábricas

São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP desenvolveu um elemento vazado capaz de promover isolamento acústico de ambientes e ventilá-los ao mesmo tempo. A tese de Doutorado Proposta de elemento vazado acústico é de autoria da arquiteta Bianca Carla Dantas de Araújo procura priorizar o ambiente fabril como local de instalação do aparelho.

Para o desenvolvimento do aparelho, a arquiteta fez medições de isolamento em uma câmara-teste, medindo o ruído dentro e fora do local. O projeto do aparelho tem uma entrada de ar na sua parte inferior, enquanto a saída fica na parte superior. “Isso faz com que as ondas sonoras mudem de direção e, assim, percam força no caminho de saída do cobogó”, conta Bianca, que enfatiza que não há absorção, mais isolamento dos ruídos sonoros.

A pesquisadora também relata que os cobogós já eram usados no Nordeste do Brasil. “O aparelho é feito com argamassa, areia e cimento pela facilidade de fabricação, que já acontecia nessa região do país”. Segundo a arquiteta, a pesquisa consistiu em simplesmente adaptar o que já era utilizado em algumas residências do Nordeste, reformulando a geometria e tendo maior foco na utilização fabril.

Os blocos de elemento vazado têm aproximadamente 15 x 20 centímetros, e também conseguem proteger da radiação direta do sol, iluminando o ambiente de forma passiva além de promover a ventilação. Esse é o seu diferencial em relação a uma parede de alvenaria, uma vez que em questão de isolamento sonoro, tanto o cobogó quanto uma parede não-vazada oferecem praticamente o mesmo nível de bloqueio. “Enquanto o cobogó oferece diminuição de cerca de 37 decibéis, uma parede de alvenaria consegue oferecer diminuição de 40 a 45 decibéis.”

Segundo Bianca, o aparelho pode ser utilizado em extensões inteiras de paredes ou apenas em divisórias. Além disso, os cobogós também podem ser feitos de materiais como cerâmica, madeira e até vidro. Outra ideia da pesquisadora é tentar utilizar fibras vegetais, como de cana-de-açúcar. A utilização desses materiais e a tentativa de ventilação natural mostram que o elemento vazado é uma proposta inovadora de buscar maior sustentabilidade construções. Por enquanto, o aparelho segue em fase de patenteamento.

Mais informações: e-mail dantasbianca@gmail.com

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