São Paulo (AUN - USP) - Construído em 2002, o túnel de vento do Centro de Metrologia de Fluidos (CMF), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o maior da América Latina, iniciou suas operações em 2005 e vêm desde então ganhando espaço no pequeno mercado mundial da área. Contudo, empresas nacionais ainda confiam a avaliação de seus projetos a laboratórios de ensaios internacionais.
Projetado com o objetivo de medir e fornecer os dados de pressão, forças aerodinâmicas e os deslocamentos das construções causados pela ação dos ventos, o túnel de vento brasileiro é, atualmente, utilizado por construtoras e por petrolíferas como base para estrututar, validar e até mesmo aprimorar seus projetos para resistirem a determinados comportamentos das correntes de ar.
Segundo o professor Marcos Tadeu Pereira, engenheiro responsável pela construção do túnel de vento do CMF, “existem no mundo de 10 a 20 túneis semelhantes a este no mundo apenas”. Dessa forma, o túnel insere o Brasil em um restrito grupo de países que são foram capazes de desenvolver e implementar esta tecnologia.
Confiabilidade
Para Marcos, “o grande desafio do laboratório, neste momento, é provar para o mundo e, principalmente, para o mercado nacional que o país possui condições de avaliar projetos com qualidade”. Segundo o professor, isso se deve ao túnel ser muito recente e pouco conhecido.
No entanto, este panorama está em transformação. Atualmente, o túnel de vento atende à demanda das plataformas off-shore e dos navios-plataforma da Petrobras. Segundo Marcos, o túnel de vento do IPT desempenha um papel fundamental para a estruturação destes equipamentos. “ Em alto-mar os ventos chegam a atingir cerca de 150 km/h, o que dificulta a estabilidade dos navios-plataforma e o pouso dos helicópteros que carregam mantimentos para os navios. Além disso, os motores destes navios ainda liberam gases que tornam o ar ao redor mais leve, se o helicóptero entrar nessa nuvem de gás ele não se manterá no ar e cairá em alto-mar ou sobre o navio em questão de segundos”, afirma.
Além dos projetos da Petrobras, o túnel de vento também já participou da construção do Aeroporto de Florianópolis, do projeto do novo hospital na Av. Nove de Julho e da Constantine Viaduct, a ponte que representa a maior obra atualmente em construção na capital da Argélia, Constantine.