ISSN 2359-5191

08/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 97 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
USP desenvolve fibra com bagaço de cana

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisa da USP cria fibra têxtil a partir do bagaço da cana-de-açúcar e de proteína extraída da carapaça de crustáceos (quitosana). O projeto foi desenvolvido por alunos de Doutorado da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades. O trabalho teve orientação do professor Adalberto Pessoa Junior.

O objetivo da pesquisa é obter um tecido com propriedades bactericidas e cicatrizantes, que possa tratar e proteger a pele. Isso foi possível através da união de fibras obtidas da celulose do bagaço da cana-de-açúcar e das propriedades curativas da quitosana. A quitosana é um derivado da quitina, polímero extraído da carapaça de crustáceos como o caranguejo e o camarão. Para a professora Silgia Aparecida da Costa, do curso de têxtil e moda, a vantagem de se utilizar o modelo é que ambos são produtos encontrados em larga escala no Brasil. A cana-de açúcar é produzida no setor sucroalcoeiro e a quitosana é um resíduo da indústria da pesca.

O tecido poderá ser utilizado no desenvolvimento de curativos para feridas e úlceras de pressão. As úlceras de pressão são feridas de ocorrência comum em pessoas que permanecem no mesmo lugar por tempo prolongado. Por isso, são comumente encontradas em cadeirantes e pacientes hospitalizadas por muito tempo. Quando recobertas por uma casca escura, as úlceras passam a se chamar escaras.

Para o futuro, a perspectiva é a criação de um vestuário especial capaz de cuidar da pele de pessoas com deficiência física, que é vulnerável a diversos problemas. A roupa deve cuidar naturalmente desses problemas, sem a necessidade de medicamentos.

Segundo Silgia, o bagaço da cana-de-açúcar pode ser utilizado em diversos outros compósitos. Ele pode fazer parte da estrutura do papelão, por exemplo, dentro da composição de papel corrugado.

Uma nova pesquisa já está em processo de desenvolvimento para aprofundar os resultados encontrados. “Já estou em fase final de elaboração de outro projeto que visa a produção destas fibras em escala nano, o que poderá ampliar as aplicações desta fibra “, conta Silgia.

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