ISSN 2359-5191

03/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 112 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Petrobrás deve investir em estudos sismológicos da região do pré-sal

São Paulo (AUN - USP) - Apesar de pouco provável, existe a possibilidade de terremotos na região dos poços de petróleo no pré-sal da baía de Santos. Um tremor de terras durante as perfurações poderia deslocar grandes porções de terra, causando desastre ambiental bastante grave. Por essa razão, a Petrobrás deve investir no estudo do solo da região e se preparar para esse tipo de acontecimento. Além disso, a empresa quer ter redes de estações para estudar sismos e crosta no país todo.

O alerta foi feito pelo professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG) Marcelo Sousa de Assumpção, no evento “Terremotos no Brasil”, que ocorreu recentemente no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) também da USP.

Tremores intensos são muito raros no país. Terremotos de baixa escala são bastante frequentes, sobretudo no nordeste. Assumpção calcula que um terremoto de intensidade 6, que causa poucos danos, ocorre uma vez a cada 50 anos. O fenômeno é mais comum em regiões onde há encontro entre duas placas tectônicas, como no Chile. “Mesmo assim, os sismólogos brasileiros tem muito o que estudar”, conta ele.

O Brasil encontra-se no meio da placa sul- americana. Ainda não se sabe por que algumas regiões do país tem mais tremores que outras. Os estudos na área têm avançado muito nos últimos anos, mas a incerteza faz parte dessa ciência. Cientistas já descartaram a possibilidade de descobrir técnicas para aviso prévio desse tipo de episódio, como ocorre com os furacões. “É possível fazer uma previsão a longo prazo”, conta ele. Ele citou o caso de um terremoto ocorrido na China há 20 anos em que uma previsão do governo salvou a vida de milhares de pessoas. “O episódio foi muito divulgado na época. Mas muitas previsões falhas foram ocultadas”, diz ele.

No Rio Grande do Norte, é relativamente comum casas desabarem por conta de tremores. A preparação para esse tipo de evento é um fator importante para se evitar desastres. “O Haiti não estava preparado, por isso ocorreram tantas mortes”, disse ele em relação ao terremoto que atingiu o país no começo do ano. Técnicas para se construir prédios e casas mais resistentes custam caro e países mais pobres não tem dinheiro para bancar essas mudanças.

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