ISSN 2359-5191

09/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 116 - Educação - Escola de Comunicações e Artes
Vestibular de artes cênicas da USP gera polêmicas

São Paulo (AUN - USP) - Na etapa de entrevista do vestibular de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (CAC-ECA-USP), os alunos são submetidos a responder se têm condições financeiras para ingressar no curso do Departamento de Artes Cênicas. Esse possível indicativo de que o curso teria um caráter um tanto segregador foi confirmado por alunos e ex-alunos de bacharelado e licenciatura, como o licenciando Daniel Cordova.

Da forma como são estruturados esses cursos hoje, com atividades de manhã e de tarde, a possibilidade do ingressante trabalhar, ao menos nos dois primeiros anos – chamado ciclo básico, com a grade comum para licenciatura e bacharelado – é restrita.

As discussões sobre a necessidade dos cursos serem em um único período, como uma alternativa para ampliar o acesso de classes menos favorecidas, aconteceram durante a IX Semana de Teatro e Educação, que aconteceu de 22 a 25 de novembro deste ano.

Por outro lado, a questão da integralidade também foi apontada como uma possível estratégia pedagógica de imersão do aluno nos estudos teatrais. Mas é fato que potenciais alunos da USP optam por outras universidades no momento da escolha, ou transferem depois, por não conseguirem se manter no curso sem trabalhar.

Não apenas o processo de ingresso é um tanto polêmico, como também o momento posterior à graduação, a hora do ingresso total no mercado de trabalho. Em se tratando de uma universidade pública, como a USP, é imaginado que os alunos formados teriam uma maior “obrigação” de devolver à sociedade o que aprenderam. Isso por terem seus estudos sustentados por ela. No entanto, no caso da licenciatura em Artes Cênicas, o cenário é outro. A maioria dos futuros professores de teatro não entram na rede pública de ensino, mas em cursos particulares, ONGs etc.

Prova Prática
A novidade no processo seletivo do curso de licenciatura em Artes Cênicas da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - a partir do ano que vem, os vestibulandos do curso terão que passar por uma prova prática - foi contestada pela professora Carminda Mendes André, da UNESP: “acho que isso é um crime institucionalizado, sou radicalmente contra”.

Carminda acredita que um futuro professor de teatro, não precisa saber atuar “a universidade é que tem a obrigação de ensinar”. O curso de licenciatura deverá ser noturno e o bacharelado diurno, também no ano que vêm. Ela avalia que isso é negativo, pois não permite uma relação entre os cursos.

A novidade surgiu durante a mesa de debate “A formação do professor – um diálogo entre escolas” que aconteceu no Departamento Artes Cênicas da USP, dia 24 de novembro, que buscou ser um espaço de discussão sobre os objetivos pedagógicos que norteiam a formação do professor de teatro. UNESP, e USP. Participaram também da mesa Edgar Castro,da Escola Livre de Teatro (ELT), e Sidmar Gomes, da USP.

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