São Paulo (AUN - USP) - Está em curso no Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), ainda de forma incipiente, um estudo que visa criar uma nova forma de divisão regional. O estudo é liderado pelo economista Clélio Campolina, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para o professor de Teoria da Região e Regionalização, André Roberto Martin, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), uma nova configuração regional se faz mais que necessária, visto que a atual, dividindo o país em cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul), datada de 1970, e adaptada em 1990, se mostra antiquada no atual estágio de desenvolvimento do Brasil.
“A divisão regional atual é um agrupamento de unidades federativas, com alguns problemas em comum. Desigualdades regionais criam entraves ao desenvolvimento de certa região. Para conseguir superá-las, é preciso cooperação entre elas. E hoje, já não é mais isso que acontece”, diz o professor.
O que levou a essa situação, na visão do docente, foram dois problemas, de ordens distintas. “Primeiro a guerra fiscal que se criou entre os Estados da nação, fruto de uma solução neoliberal. Depois, houve um planejamento feito de forma autoritária dos pólos de desenvolvimento que não deram certo”.
A solução para esse entrave, na visão de André Martin, é uma nova divisão regional. “A mais correta, com certeza, seria uma que não respeitasse as divisas políticas dos estados. Mas acho difícil disso ocorrer, pois as estatísticas são todas baseadas nas fronteiras políticas”.
Na visão do professor, a solução deveria ser a fusão de estados. “Eu defendo, por exemplo, que Estados do Nordeste brasileiro sejam fundidos. Maranhão com Piauí, Sergipe com Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba com o estado de Alagoas. Isso faria com que houvesse uma menor oneração ao Estado, o que permitira um maior desenvolvimento”, argumenta o professor.