ISSN 2359-5191

04/11/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 105 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Professores falam sobre a rede de transportes no Brasil

São Paulo (AUN - USP) - No lançamento do livro Transportes e formação regional: contribuições à história dos transportes no Brasil, que aconteceu recentemente na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, os professores que organizaram o livro debateram sobre os artigos que aparecem na obra, e também a situação dos transportes no Brasil hoje.

Os professores Paulo Roberto Cimó Queiroz, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e Alcides Goularti Filho, da Universidade Estadual de Santa Catarina (Unesc) organizaram o livro, que é uma coletânea de 13 artigos, que tiveram como tema central as formações regionais dos transportes na história do Brasil. Ambos concordaram que o objetivo central do livro é criar um panorama geral, percebendo e evidenciando semelhanças entre as regiões.

Quanto à rede de transportes no Brasil atual, ambos se dizem otimistas. O professor Alcides Goularti falou que, se houve uma era fluvial ou uma era ferroviária nos transportes no Brasil, o Governo era responsável pela maior parte dos custos.

Com a predominância da rede rodoviária, o Estado se privou de um custo enorme, e houve uma transferência do ônus para o setor privado. Para ele, também, não há fundamentos o argumento de que a rede rodoviária é predominante por interesse de empresas públicas, pois, segundo o professor, os interesses de empresas privadas não são suficientes para que uma situação se perpetue, já que essa situação desagrada a muitas pessoas.

Os dois professores concordaram que o Brasil está desenvolvendo melhor sua rede de transportes, diversificando, utilizando melhor as ferrovias e o transporte fluvial. A combinação de várias modalidades é o ideal para o crescimento da economia de um país.

“Pode parecer que não, mas o Brasil tem um sistema de transporte fluvial muito grande (...), também estamos retomando a construção de ferrovias”, explica Alcides Goularti. “Acho que foi retomada a ideia de combinação de modalidades de transporte. É claro que nunca é exatamente o que queremos – com um transporte de passageiros eficiente, por exemplo – mas fico feliz em ver que estamos avançando, com mais investimentos no setor”.

O professor Goularti explica que o transporte aéreo no Brasil cresceu demais com o interesse do setor privado, mas que com as novas obras nos aeroportos, a situação já está se estabilizando.

Para o professor Paulo Roberto Queiroz, se tudo ocorrer como planejado, o “século 21 irá realizar as promessas do 19. Nos documentos do século 19, você vê aqueles planos de ação enormes e detalhados”.

Para ele, esses planos não foram concretizados antes por que não havia motivos para que fossem feitos. Os projetos tinham como pressuposto que se as estradas chegassem a todo o território, o progresso também chegaria. Essa ideia até pode ser verdade em partes, mas realmente, para o professor, não haveria necessidade para tantos planos, mas estavam no caminho certo. “Mas na época, faltava o que ter para transportar”.

O professor Alcides Goularti apontou que os transportes são essenciais à integração das economias regionais. Além disso, afirmou que os transportes estão subordinados à economia, mas que também têm o papel de impulsionar a criação de novas dinâmicas.

Paulo Roberto Queiroz explicou que “o transporte não se constrói só pelo consumo e pelo comércio, também entra o sentido da política em sua dinâmica”. O estudo do professor foi sobre área de fronteira do Brasil com os outros países da bacia do Rio do Prata. Também evidenciou que nem sempre as formas de transportes aproveitam as condições naturais mais favoráveis.

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