São Paulo (AUN - USP) - A inauguração do novo equipamento para a fabricação de peças arquitetônicas e de design instalado no laboratório da FAU foi acompanhada de três dias de workshop e um de seminário transmitido pela rede IPTV. O objetivo da introdução dessa nova tecnologia é levar a criação diretamente à fabricação por meio de um computador, facilitando, assim, muito mais o trabalho de especialistas da área.
O professor e arquiteto Affonso Orcioli fez algumas considerações por webcam diretamente de Barcelona, local onde leciona. Dentre elas, o fato de que antigamente o homem criava por meio do artesanato, algo sem precisão e sem fabricação em grande escala. Com o surgimento da indústria, o homem obteve precisão e fabricação em série, mas foi atualmente com a plataforma digital que o homem deu um grande passo, agregando adaptabilidade e agilidade ao processo.
A nova tecnologia é empregada em diferentes faculdades pelo mundo todo, mas é uma novidade para a arquitetura e para o Brasil. Uma questão importante do design digital e a matemática, algo que foi extremamente facilitado pela passagem de informação direta do computador para a máquina.
De acordo com Affonso, com essa tecnologia há muito mais customização em detrimento da produção, fator relevante para que se tivesse um maior investimento nesse setor. O programa apresentado vai além das anteriores plataformas digitais que apresentavam as ferramentas necessárias e como se usar cada uma delas. O profissional coloca as ideias no computador e tem muito mais facilidade para produzi-las.
O workshop em questão aconteceu também em Santa Catarina, onde ocorreu a produção de luminárias pelos participantes. Esta é uma tecnologia inovadora que está no Brasil apenas desde 2009. Com ela, a ferramenta é o meio de extensão da capacidade física do homem, mas o digital é que leva a extensão das capacidades mentais do homem.
Ao final da apresentação o professor da FAU Arthur Lara comentou sobre a necessidade nos dias de hoje de reformular a composição dos objetos e saciar o fascínio da experimentação de novidades. A professora, também da FAU, Cibele Adag acrescentou que o evento teve uma série e pautas maleáveis que se modificavam de acordo com o interesse dos participantes, foi algo totalmente experimental. Ela colocou a tecnologia implantada como ocupante de um vazio entre a pesquisa e a vontade por meio da introdução desta no cotidiano dos alunos da universidade pública.
Ao ser indagado sobre suas expectativas e conclusões sobre o evento, o aluno da FAU Ivan Custódio disse que já conhecia as máquinas instaladas e que o aprendizado desses workshops ainda é algo bem básico, mas que a tecnologia fornecida se equipara a de outras universidades pelo mundo. “É bacana ver que este é o ponto de partida para esse tipo de pesquisa e que terá uma continuidade.” diz Ivan.