ISSN 2359-5191

17/02/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 13 - Economia e Política - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Estratégias econômicas de empresas alimentícias determinam hábitos nutricionais

São Paulo (AUN - USP) - A fim de analisar a relação entre as modificações no padrão alimentar da população paulistana e a concorrência mercadológica no setor alimentício, a pesquisadora Flávia Mori Sarti Machado, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (FCF), desenvolveu um estudo com base em dados econômicos e sociais da população, além do comportamento dinâmico da concorrência entre empresas do setor de alimentos. Com o foco da análise voltado aos laticínios, por se tratar de um alimento importante nutricionalmente e presente na dieta dos brasileiros, a pesquisadora revela que o mercado interfere diretamente na composição do padrão alimentar: “A adequação nutricional da dieta populacional é função direta da composição da demana alimentar. A extensão da influência de estratégias de empresas alimentícias sobre o padrão de aquisição de alimentos pelo consumidor e, consequentemente, o hábito alimentar da população, é enorme”.

O resultado da pesquisa, evidentemente, tem um aspecto negativo: “Sumariamente, não é positivo os hábitos alimentares da população estarem submetidos aos interesses e às variações econômicas das empresas alimentícias, que tem outras prioridades, que não o equilíbrio e a nutritividade da dieta populacional”, conta Machado. Mas a ligação direta entre a concorrência e os tipos de alimentos ingeridos pelos cidadãos também pode se revelar positivo, como explica a pesquisadora: “Por interesses econômicos, o mercado disponibiliza uma grande variedade de produtos à disposição do consumidor. Além disso, as informações nutricionais dos produtos acabam se transformando em verdadeiras estratégias de divulgação, configurando o que chamamos de marketing nutricional. Por fim, como em qualquer outro setor, a concorrência gera pressões no sentido de redução do preço final ofertado ao consumidor”.

Todos esses fatores, segundo o estudo, afetam sensivelmente a qualidade nutricional da alimentação da população. Seja em termos absolutos, por oferecer maior variedade de produtos acrescidos dos mais diversos ingredientes; seja em termos relativos, por meio da divulgação das informações nutricionais. De certa forma, a pesquisa também busca alertar para a importância de se adquirir conhecimentos básicos sobre as necessidades alimentares e sobre os efeitos de diversos componentes nutritivos no funcionamento do corpo e da saúde. “A difusão de informações claras, corretas e coerentes deve ser amplamente adotada e fiscalizada, de forma que o consumidor possa optar conscientemente por um produto no momento da aquisição. Além disso, é imprescindível a adoção imediata de políticas públicas que atentem para isso e valorizem determinados hábitos alimentares relativamente simples, mas que já proporcionam inúmeros avanços na qualidade de vida, como o aleitamento materno”.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br