São Paulo (AUN - USP) - Envelhecer bem e praticar atividades físicas são conceitos permanentemente associados. Pessoas que já passaram dos 40 anos são fortemente incentivadas por médicos, psicólogos, fisioterapeutas e mais uma série de profissionais do ramo à prática constante e moderada de exercícios físicos, seja em ambientes e modalidades especiais, seja aproveitando as oportunidades da vida diária. A fim de atestar a importância da prática de atividades físicas para idosos, e de descobrir como os próprios idosos enxergam essas recomendações médicas, Tiemi Okinawa, pesquisadora da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE) desenvolveu uma pesquisa com a ajuda dos alunos de graduação dos cursos de Gerontologia e Ciências da Atividade Física, ambos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH).

O envelhecimento populacional é uma realidade no nosso país, assim como em todo o mundo. Com o aumento do número de idosos, ocorre um aumento das doenças associadas ao envelhecimento, destacando-se as crônico-degenerativas. A atividade física regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. Seu enfoque principal, evidentemente, deve ser na promoção de saúde. Mas em indivíduos com patologias já instaladas, a prática de exercícios específicos e devidamente orientados pode ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão e até reabilitar o paciente. “A prática de atividades físicas tem resultados práticos, clinicamente comprovados e benéficos para a população idosa. Há uma considerável melhora da sensibilidade à insulina, previnindo o desenvolvimento da diabetes, o aumento da elasticidade e do equilíbrio, prevenindo quedas e acidentes, a prevenção ou retardo do declínio cognitivo, entre outros”, exemplifica Okinawa.

Além disso, outro fator importante que a pesquisa procurou analisar foi como os idosos enxergam a importância da prática de atividades físicas na promoção de um envelhecimento saudável. “Tão importante quanto a prática das atividades em si, é como os praticantes avaliam essas recomendações médicas. Um passo fundamental para aceitar e seguir essas recomendações é se conscientizar do embasamento e e da metodologia clínica que estão por trás disso”, explica a pesquisadora. Segundo a pesquisa, mais de 63% das pessoas com mais de 60 anos respondem afirmativamente quando perguntadas se consideram importante a prática de atividades físicas para um envelhecimento saudável e se acreditam que isso pode prevenir doenças e até prolongar o tempo de vida. Por fim, Okinawa valoriza a troca de experiências entre os idosos objetos de pesquisa, e os alunos de graduação da EACH que contribuiram nos trabalhos: “Para quem estuda gerontologia, por exemplo, é fundamental adquirir essa experiência e ter esse contato um pouco mais profissional o quanto antes”.