ISSN 2359-5191

17/02/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 13 - Economia e Política - Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Iniciativa privada lidera investimentos no mercado do turismo

São Paulo (AUN - USP) - Com cerca de 5 milhões de visitantes estrangeiros por ano, o Brasil é o principal destino do mercado turístico internacional na América do Sul, e ocupa o segundo lugar na América Latina, atrás apenas do México. Importante atividade econômica, o setor movimentou mais de seis bilhões de dólares no ano passado, superando em quase 16% os valores do ano anterior, e gera mais de dois milhões de empregos, sendo mais de 40% deles formais. No entanto, apesar dos números relevantes na construção da economia nacional, uma pesquisa do Departamento de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH), revela que a atuação dos órgãos públicos – principalmente estaduais e municipais – no desenvolvimento do turismo ainda é incipiente, deixando a atividade sob responsabilidade de iniciativas privadas e, em menor escala, do Governo Federal.

No contexto mundial, nas discussões sobre o desenvolvimento turístico, é comum destacar o papel do poder público. A participação da atividade nas economias cresceu e os governos, até nos países subdesenvolvidos, atentaram para a relevância que ela adquiriu. O desenvolvimento da atividade no Brasil, assim como ocorreu na Europa e nos países do Ocidente, evoluiu com maior intensidade, acompanhando as mudanças econômicas, sociais e os avanços da tecnologia. Durante o século 20, o turismo no Brasil enfrentou grandes desafios para se consolidar, face às dificuldades e instabilidades econômicas que assolaram o país. O quadro começou a se alterar na década de 90, quando o panorama econômico tornou-se mais estável e, principalmente, quando a Embratur ganhou status de Ministério.

No entanto, apesar da atuação da Embratur e dos diversos programas que ela coordena para desenvolver o turismo nas diversas regiões do país, os investimentos econômicos em atividades diretamente ligadas ao turismo ainda são majoritariamente feitos por empresas privadas. “Atualmente, o poder público atua mais como um coordenador do que como um investidor de fato”, explica Walter Dias, membro do grupo de pesquisa. Segundo o estudo, 82% dos hotéis e 57% dos pontos turísticos construídos são totalmente controlados por empresas particulares. “Talvez, essa configuração do turismo no Brasil, em que os investimentos são privados, mas a coordenação é estatal, seja a ideal. Mas para que isso funcione, é preciso que o Estado não só se afaste das ameaças de corrupção, mas também estimule a profissionalização das atividades e dos trabalhadores, além de criar mecanismos de divulgação e promoção das campanhas turísticas. Aliar a burocracia e a abrangência das políticas estatais com o empreendedorismo da iniciativa privada é uma possibilidade saudável, mas que ainda precisa ser mais bem pensada e executada”, conclui o pesquisador.

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