ISSN 2359-5191

16/04/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 19 - Sociedade - Instituto de Estudos Brasileiros
Evento antecipa debates sobre os 90 anos da Semana de Arte Moderna

São Paulo (AUN - USP) - De 17 a 20 de abril, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) promove o seminário 90 anos da Semana de Arte Moderna: debates. Para apresentar os assuntos que serão debatidos, a unidade recebeu, na última segunda-feira, o café acadêmico Notas de leitura e reflexão sobre os 90 anos da Semana de Arte Moderna, que contou com a presença dos mediadores de cada uma das seis mesas de debate.

As discussões começam no dia 18, às 9h, com a mesa Prosa e memorialismo, que terá a mediação de Marcos Antonio de Moraes. A professora Silvana Moreli Vicente Dias, também do instituto, adiantou que o tema será a correspondência entre o sociólogo Gilberto Freyre e os escritores Manuel Bandeira e José Lins do Rego. Nas cartas, aparecem questões como a oposição entre o cosmopolitismo e o provincianismo de cada um dos autores e a forma como eles se relacionavam. Participam da mesa os professores Marisa Lajolo (Unicamp), José Luís Jobim (Uerj) e Antonio Dimas (USP).

No mesmo dia, às 14h, as relações entre o modernismo e o contexto social e geográfico brasileiro são o assunto da mesa Cidade Natureza Ciência. O professor Jaime Tadeu Oliva (IEB), que mediará o debate, destaca duas questões importantes: a via de mão-dupla da relação abordada, pois o modernismo também altera o contexto em que surge, e a diferença existente entre a sociedade urbana europeia da época, berço das vanguardas que influenciam a Semana de 22, e o quadro rural que vigorava no Brasil. Participam da mesa os professores Carlos Alberto Ferreira Martins, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, Fraya Frehse e Lilia Schwarz, ambas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

No dia 19, às 9h, o professor Fernando Paixão media o debate na mesa Poesia Modernista: A contribuição de todos os erros. O título, tirado da obra Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, vem do enfoque escolhido para tratar o amplo tema. Paixão antecipa que os ?erros? do título se referem a dois momentos: a busca de Oswald e de Mário de Andrade por uma língua brasileira, popular nos anos 20 e a fragilidade do eu-lírico da poesia de Carlos Drummond de Andrade nos anos 30. Raúl Antelo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Antônio Carlos Secchin, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), e Ivan Marques, da FFLCH, discutem suas visões sobre o período.

Mais tarde, às 14h, a mesa As Mulheres no Modernismo recebe as professoras Heloisa Pontes, do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria de Lourdes Eleutério, da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e Universidade Anhembi Morumbi, e Ana Paula Simioni, do próprio IEB. O debate, cuja mediação fica por conta da professora Flávia Toni, docente do instituto, aborda não apenas a presença de mulheres como artistas no Modernismo, mas também a forma como elas eram retratadas.

O último dia de debates é o dia 20, que começa às 9h com a mesa Erudita, Comercial e Tradicional: debates sobre a música brasileira, mediada pelo professor Walter Garcia. Ele recebe o crítico e professor Carlos Sandroni, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o músico e pesquisador Lincoln Antonio, do grupo A Barca. Garcia diz que o debate usará a Semana de 22 como ponto de partida para discutir a pesquisa musical de Mário de Andrade e seus pontos de tensão, como os conflitos entre a música como objeto artístico ou como objeto combativo e entre a racionalidade do pesquisador e a potência da música.

Às 14h, a mesa Patrimônio e Modernismo encerra a semana. Mediada pela professora Ana Paula Simioni e com participação dos professores Alberto Ikeda, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Márcia Chuva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Silvana Rubino, da Unicamp, a discussão se volta à participação dos modernistas no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto (Iphan). Órgão do Governo Federal responsável pela preservação do patrimônio cultural, o Iphan deve muito de suas políticas aos conceitos e perspectivas trazidos pelos modernistas, muitos deles em vigor até hoje.

Os eventos da semana acontecem no Auditório do Departamento de História da FFLCH (Av. Prof. Luciano Gualberto, 315). A participação é gratuita e não há necessidade de inscrição.

Mais informações em: http://bit.ly/90anossemana22.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br