ISSN 2359-5191

09/05/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 26 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Universidade deve interferir na política dos direitos humanos, afirma professor da USP

São Paulo (AUN - USP) - A forma como o Estado gere as políticas relacionadas aos direitos humanos interfere no modo como eles se mostram na sociedade. “Nós trabalhamos muito hoje com o tema da violência e do crime, não porque nós somos criminologistas, mas por acharmos que o modo como o Estado formula e implementa as políticas de segurança e justiça é parte da política de direitos humanos”, afirma o diretor do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP, Sérgio Adorno. Para o pesquisador, é de extrema importância que a universidade interfira no debate público e, dessa forma, no modo como o Estado lida com a questão dos direitos humanos.

Adorno foi o terceiro palestrante do ciclo Humanas em Sociedade: Transpondo os muros da academia, que ocorre na USP, com o tema Direitos Humanos e Universidade. O evento foi realizado pelo GEHS (Grupo de Estudos Humanas em Sociedade), constituído por alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) que pretendem trazer exemplos de profissionais da área de humanas que atuam ou atuaram fora das universidades. O GEHS também pretende desencadear novas iniciativas que, como essa, colaborem para com os alunos de Ciências Sociais quanto a enxergarem suas possibilidades futuras. “É uma ilusão acreditar que um curso dá conta de todos os aspectos da formação. Mas se ele é capaz de formar o aluno para que ele possa ter metas e o que ele precisa saber para chegar, eu acho que o curso foi de boa qualidade”, afirma Adorno.

O pesquisador conta que, quando o NEV foi criado, ele possuía os seguintes objetivos: desenvolver pesquisa na área da violência e dos direitos humanos, reunir um acervo documental especializado no assunto, investir na formação de alunos que se interessassem pelo tema e intervir no debate público. “Para nós era muito importante que não se tratasse de uma pesquisa absolutamente neutra. Nós não estávamos fazendo uma pesquisa apenas para conhecer o fenômeno. Queríamos, a partir desse conhecimento, ser capazes de influenciar os atores e as agências capazes de promover a proteção dos direitos humanos e encarregados de pacificar internamente a sociedade brasileira.”

Adorno conta que foi a adequação às normas da academia e a qualidade dos estudos do NEV que fizeram o Núcleo ser respeitado. “No início o grupo [NEV] era visto muito como um grupo de militantes. As pesquisas sendo publicadas, tendo impacto acadêmico e no debate público é o que tornou-nos confiáveis junto à comunidade em geral e que permitiu, de alguma maneira, articular o conhecimento com a intervenção.”

Ele também acredita que os cursos de humanas não devem se ater à função de formar pesquisadores. “Uma das tarefas da universidade, mesmo no campo das ciências, é contribuir para a profissionalização, eu reconheço que ela não pode só formar formadores.” . E completa: “Nós [NEV] também formamos pessoas para trabalharem em tarefas executivas nas ONGs nacionais e internacionais de promoção dos direitos humanos”.

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