ISSN 2359-5191

06/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 104 - Saúde - Faculdade de Medicina
Estudo testa a influência de medidas corporais no equilíbrio do indivíduo adulto

São Paulo (AUN - USP) - A fisioterapeuta, professora e profissional de educação física, Angélica Castilho defendeu recentemente sua tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP). Junto ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), vinculado ao Hospital das Clínicas, Angélica testou a influência de fatores antropométricos e composição corporal no equilíbrio de pessoas entre 20 e 40 anos, saudáveis e irregularmente ativos.

A fisioterapeuta explica que os fatores antropométricos estão relacionados às medidas do indivíduo como peso, altura, tamanho do pé, do tronco e membros. Já a composição corporal de uma pessoa envolve sua massa gorda, massa magra, porcentagem de gordura, densitometria óssea e outros números. Tanto os fatores antropométricos como a composição corporal foram considerados na pesquisa como fatores intrínsecos.

Fatores extrínsecos também podem ser determinantes em pesquisas. No tópico estudado, essas influências exteriores estariam relacionadas a prática de atividade física. O indivíduo regularmente ativo tem seu equilíbrio desenvolvido com a frequência do esporte. Para que tais fatores não interferissem no resultado dos testes, Angélica optou por analisar pessoas que se definiram como ativas de forma irregular. Assim, o grupo estudado se mostrava homogêneo a todos as possíveis influências determinantes.

A tese se pautou em estudar a seguinte pergunta: “Esses fatores interferem no equilíbrio do indivíduo”? O teste foi realizado sobre uma plataforma de força, tida como padrão ouro no assunto, teste que visa avaliar a exatidão da plataforma, em resultados que assegurem o máximo de acertos de forma a estabelecer o diagnóstico real. Segundo Angélica, essa plataforma ao chão possui sensores capazes de perceber qualquer movimentação mínima da pessoa a ser testada. Ainda que esteja parado, é possível captar pequenas oscilações frontais ou laterais, sua velocidade e área.

O equilíbrio do ser humano envolve três itens: visão, sistema vestibular e sistema sensorial do corpo, que emite informações ao cérebro. Também foram observados resultados nos jovens de olhos abertos e fechados. Diante desse estudo seria possível observar o quanto os sistemas envolvidos no equilíbrio são compensados com a presença ou ausência da visão. Para a pesquisadora, os resultados não apresentaram grandes diferenças.

Os números encontrados que mais chamaram a atenção estão relacionados à diferença de sexo e estatura. Angélica explica que no homem, a altura foi mais determinante, podendo influenciar no equilíbrio do indivíduo. Quanto mais alto, mais o homem oscila. Já nas mulheres, esse fator antropométrico não se mostrou determinante. A pesquisadora explica que as mulheres costumam apresentar estaturas mais baixas. Além disso, outros estudos da literatura mostram que o sexo feminino pode ter desenvolvido estratégias de equilíbrio com o advento do salto alto.

Diversos estudos acadêmicos voltados ao equilíbrio já foram feitos. No entanto, Angélica destaque que sua tese é inédita ao considerar também a composição corporal do indivíduo. Para ela, muitos próximos estudos podem ser desenvolvidos a partir desses resultados para aprimorar ainda mais o conhecimento no assunto e suas aplicações.

Ao trazer para o dia a dia, a pesquisadora explica que a tese tem aplicação prática principalmente para os profissionais. Na prática clínica, é importante saber o que determina a oscilação de equilíbrio do paciente. Com os resultados, o sexo masculino se mostra sucetível à estatura, diferentemente das mulheres. Diante desses resultados, a prática clínica tem argumentos para diagnósticos e decisões relacionadas ao equilíbrio.

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