São Paulo (AUN - USP) - No dia 17 de outubro, aconteceu na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP um debate sobre o marketing no tênis. A palestra teve participação de Fernando Meligeni, o Fininho. Ele é ex-tenista profissional brasileiro, foi medalha de ouro nos jogos Pan-americanos de 2003, é ex-marketing da Associação de Tênis Profissional (ATP), e falou um pouco sobre a questão do atleta no marketing esportivo. Já Luiz Carvalho, gerente de projetos da IMX Esporte e Entretenimento, empresa do ramo de marketing esportivo, discutiu mais o lado das empresas. A palestra contou com esses dois profissionais ligados a atividade prática e foi parte do X Encontro de Marketing Esportivo FEA – USP, organizado pela Associação Atlética Acadêmica Visconde de Cairu.

Meligeni iniciou sua fala contando como era o marketing esportivo no começo de sua carreira. Diferente do que ocorre hoje, era privilégio o patrocínio em dinheiro, o mais comum era fornecer roupas e materiais esportivos. No entanto, orientado pelo seu pai, Meligeni já sabia da importância do extra quadra para um atleta. “Eu só consigo admirar um atleta que está bem dentro e fora de quadra. O atleta representa a marca, ela está em jogo”, conta o ex-tenista. Ele explicou também que desde pequeno o tenista já é uma empresa e ele é responsável por segurar o patrocinador. “Tenho a clara noção do quanto é duro uma empresa acreditar em um esporte ou em uma pessoa. Então, se você não faz bem as coisas, se o atleta não está devolvendo, o patrocinador sai do esporte”, explica Meligeni.

Luiz Carvalho também comparou o marketing esportivo de antigamente com o atual e contou que hoje é um ramo muito mais profissional. Sobre o mercado do tênis no Brasil, ele afirmou que está crescendo e que é bastante encorajador. Carvalho explicou ainda a importância de ter grandes atletas, como Thomaz Bellucci, para se investir. Meligeni também concordou que “o tênis nunca esteve tão sólido”, apesar de, atualmente, termos só um atleta. O ex-tenista explicou que antigamente o marketing esportivo no tênis era com base nos resultados dos atletas, mas que hoje é diferente porque o tênis é muito amplo, toda semana tem um campeonato. Além disso, o tênis cresceu e eventos de relacionamento de empresas se interessam pelo esporte, o que também é uma forma de marketing.

Por isso a importância dos tenistas terem agências e agentes para gerenciar o tempo. “São os agentes que acham as oportunidades ideais e que gerenciam a carreira do atleta, como o calendário, por exemplo”, conta Carvalho. Ele explicou que se tem dois eventos no mesmo dia, é função do agente negociar com ambos para ver qual oferece mais vantagens. “O papel do agente é facilitar ao máximo a vida do atleta”, afirma Carvalho. Além da questão dos agentes, Meligeni também falou da importância do atleta “gerenciar a cabeça”, pois tem treinos, entrevistas, comerciais, além da balada. Ele disse que o tenista precisa saber abdicar para não prejudicar a carreira.

Ainda sobre o agente, também cabe a ele orientar algumas posturas do atleta, para que ele atraia patrocinadores. Eles falaram sobre a importância do carisma e da atenção a imprensa para o marketing. Além disso, ambos concordaram que o agente também precisa, com um acompanhamento e desenvolvimento, pensar no pós-carreira. Não dá para ficar só no “durante”, principalmente em um esporte como o tênis em que os atletas se aposentam cedo.