São Paulo (AUN - USP) - A fisioterapeuta, mestre em epidemiologia e doutora pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Vanessa Almeida, defendeu sua tese de doutorado com uma pesquisa que estuda novas formas de intervenção no ambiente de trabalho para a análise das práticas corporais como forma de promoção da saúde.

Vanessa propôs em seu estudo uma forma de intervenção diferente do modelo biomédico já usado, que costuma se pautar sempre na diminuição de risco de doenças crônicas. Os três pilares que funcionaram como base para a tese foram a saúde do trabalhador, a promoção da saúde e a saúde pública. Segundo Vanessa, o ambiente de trabalho deve ser visto como um espaço aliado para promover a consciência do corpo, um facilitador da saúde.

Os funcionários públicos foram escolhidos como estudo por apresentarem um perfil administrativo. No entanto, Vanessa acredita que as intervenções desenvolvidas podem ser aplicadas no ambiente privado. O processo aconteceu em duas etapas: oito oficinas de duas horas com práticas corporais como dança seqüencial, conhecimento das articulações, gestos e movimentos e entrevistas em grupo e individuais para a reflexão sobre as mudanças e os benefícios identificados na saúde de cada um.

Para isso, a fisioterapeuta montou uma equipe multidisciplinar, que contou também com uma psicóloga, uma pedagoga e uma arte-educadora bailarina. Esse time, junto dos servidores públicos estudados, compartilharam momentos de debate e reflexão sobre bem-estar do corpo.

Em alguns relatos coletados, a fisioterapeuta destaca trabalhadores que passaram a ser menos automáticos, deixaram os movimentos e a rotina repetitiva de lado e também mudaram esses hábitos em ambientes fora do local de trabalho. Outros destacaram a diminuição de dores no corpo.

A conclusão foi de que as práticas corporais funcionam como estratégia de promoção da saúde, não só no ambiente de trabalho, mas em qualquer outro espaço. Além disso, foram constatados resultados como a melhora das relações interpessoais melhor relação e conhecimento do próprio corpo e maior abertura de convivência e conversa no âmbito profissional. Dessa forma, o funcionário passa a se sentir melhor, produz mais e gera mais benefícios à empresa.