ISSN 2359-5191

14/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 131 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Professor do IFUSP explica o Nobel 2012 de Física

São Paulo (AUN - USP) - O prêmio Nobel de Física desse ano foi entregue ao francês Serge Haroche e ao americano David J. Wineland, dois pesquisadores da óptica quântica – área da Física que trabalha com as intereações entre luz e matéria. O Nobel foi concedido aos cientistas por desenvolverem “inovadores métodos experimentais que permitem a medição e a manipulação de partículas quânticas individuais”. Em um seminário do Instituto de Física da USP, o professor Paulo Alberto Nussenzveig explicou ao público a importância dessa pesquisa.

Nussenzveig trabalhou com Haroche no final dos anos 90 em seu laboratório em Paris, onde a pesquisa que ganhou o Nobel foi desenvolvida. Durante o seminário, o professor comentou que “é extremamente difícil falar de 30 anos de trabalho”. “O reconhecimento pelo Comitê do Nobel justifica todas essas décadas de trabalho. Essa pesquisa permitiu uma compreensão mais intuitiva para a Física, e também abriu a possibilidade para experiêncais mais sofisticadas na Ciência da Informação e na Meteorologia.”

De acordo com Nussenzveig, o feito de Haroche e Wineland é histórico. O professor explicou que em 1952 Erwin Schrödinger escreveu que nunca seria possível estudar uma partícula quântica de maneira individual e que qualquer tentativa de realizar tal feito seria “rídicula”.

Cada grupo desenvolveu seu próprio sistema conseguir manipular esses sistemas quânticos individuais. O grupo frânces, liderado por Haroche, desenvolveu a “armadilha de fótons”, enquanto o grupo de Wineland criou o “aprisonamento de íons”. A armadilha funciona com um laser que emite um átomo aumentado através de um sistema composto por dois espelhos super reflexivos. Ao atravessar esse sistema, o fóton emitido pelo átomo fica “rebatendo” entre os dois espelhos, permitindo por um curto espaço de tempo o estudo dessa partícula isoladamente. O aprisonamento de íons de Wineland funciona através de uma série de eletrodos que criam um campo magnético. Ao se disparar um laser contra esse conjunto de eletrodos, consegue-se isolar os íons dos átomos, o que os mantém “presos” nos eletrodos de berílio.

Para Nussenzveig, Haroche e Wineland “demonstraram diversos efeitos quânticos sutis em seus experimentos através do controle de sistemas sub-microscópios”. O professor credita aos dois cientistas a demarcação da fronteira entre a mecânica quântica e clássica, além de terem apontado os caminhos para os possíveis computadores e relógios quânticos.

No final do seminário, Nussenzveig ainda leu uma mensagem de Serge Haroche para a comunidade acadêmica. O pesquisador francês comentou a importância de continuar o financiamento da pesquisa em física, principalmente ao de o longo prazo.

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