ISSN 2359-5191

14/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 131 - Arte e Cultura - Escola de Comunicações e Artes
Segundo Simpósio Villa Lobos evidencia a importância dos estudos da obra do autor

São Paulo (AUN - USP) - O professor Paulo de Tarso Salles, da Universidade de São Paulo, refletiu sobre a finalidade do II Simpósio Villa Lobos, ocorrido no mês de novembro no Departamento de Música da ECA. “Passados três anos desde a realização do I Simpósio Villa-Lobos, vemos com satisfação um cenário onde a pesquisa nesse campo tem aumentado substancialmente, tanto no tocante às dissertações e teses produzidas ao longo desse período, quanto no número de pesquisadores envolvidos com a questão.”

Ele ressalta que hoje se pode falar em uma reavaliação da produção musical latino-americana, cenário onde a obra do compositor brasileiro assume papel fundamental. São inúmeras as áreas tangenciadas pela música villalobiana, a representação da cultura e da identidade nacional, suscitando o debate sobre o que é “cultura nacional” e como ela pode (ou não) ser representada musicalmente. Seria possível atribuir ao ecletismo de Villa-Lobos uma classificação de modernidade? Sua música é sem fronteiras nítidas entre popular e erudito? Como tocar essa música? Como fruir dessa musicalidade sem preconceitos? Além do debate atual em torno da educação musical no Brasil, no qual o próprio Villa-Lobos tinha seus projetos.

Foi com essas questões e neste contexto que ocorreu o simpósio, tendo por objetivo oferecer espaço para essa troca de ideias, para que em torno da música de Villa-Lobos se possa rediscutir projetos de cultura, educação, política, identidade, cidadania, ciência e conhecimento.

Uma das palestras contou com a presença do professor Manoel Correa do Lago que discutiu um pouco dos trabalhos de Villa Lobos entre as décadas de 1930 e 1940, além dos chamados “works in progress”, trabalhos em andamento. De acordo com o professor, quando HVL voltou ao Brasil na década de 30, após sua segunda estada parisiense, já tinha bom reconhecimento. Já havia escrito obras como “Prole ao bebê I e II” e “Rudepoema”. Nesse período, passa a se dedicar a fundo a suas responsabilidades na área pedagógica e como regente.

Trata-se de uma temporada de forte inflexão em sua atividade composicional. Após uma redução abrupta no seu ritmo de produção, só retornaria ao ritmo acelerado por volta de 1940, quando concluiria as célebres Bachianas Brasileiras e sinfonias. Esse “interregno criativo”dos anos 30, nas palavras do professor, parecem ter auxiliado na transformação do compositor de choros, no compositor das Bachianas.

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