ISSN 2359-5191

27/11/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 106 - Arte e Cultura - Escola de Comunicações e Artes
ECA documenta trajetória de Inezita Barroso em vídeo
Documentário homenageia a vida e carreira de uma das maiores artistas da música caipira paulista
Inezita Barroso e o diretor do documentário, Guilherme Alpendre, em conversa após a exibição do filme. Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

Na última quinta, 21 de novembro, aconteceu no auditório da biblioteca Brasiliana Guita José Mindlin o lançamento do DVD do documentário Inezita Barroso – A Voz e a Viola. Dirigido por Guilherme Alpendre, o projeto começou em 2007 na disciplina Documentários em Vídeo, do curso de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, onde o diretor se formou. Todo o processo durou 6 anos. Foram muitos os colaboradores, entre eles o professor da disciplina, Renato Levi, que fez a produção executiva, alunos de jornalismo e audiovisual da ECA e alunos da PUC, além do apoio oficial da TV Cultura.

O documentário traça de maneira nostálgica e sensível todo o percorrido por Inezita Barroso, hoje com 88 anos e ainda em atividade no programa Viola, Minha Viola. Entrevistas com Paulo Vanzolini, Tinoco, Ruth Souza, Renato Consorte, Paulo Autran, e muitos outros amigos são mescladas com imagens de arquivo disponibilizadas pela TV Cultura para consulta do grupo que abarcam os longos anos de carreira da cantora e compositora de música caipira, que apresenta o programa no canal há 33 anos. O filme fala das multi-facetas da artista eternizada, entre outras, pelas músicas Marvada Pinga e Lampião de Gás. Inezita não só cantou e tocou, como também foi atriz de filmes como Ângela, de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida e Mulher de Verdade, de Alberto Cavalcanti.

De acordo com o diretor, já no começo a produção foi intensa, dada a grande quantidade de material de arquivo. “Duas pessoas do grupo foram à TV Cultura duas vezes por semana durante seis meses para assistir ao material e anotar tudo o que era relevante. E enquanto isso nós gravávamos”, diz Apendre. “A TV Cultura tem muito acervo e também muita coisa ainda não catalogada, por exemplo, em película. Também achamos muitas coisas na casa da Inezita. É um garimpo maluco, diz o produtor. Levi ainda falou dos problemas da preservação de arquivo no quadro brasileira como um  todo. O arquivo, no Brasil, é algo muito mal arrumado e mal valorizado, muitos canais apagaram muita coisa, o que torna muito difícil o trabalho com arquivo”.

No decorrer dos anos foram várias as entrevistas feitas com Inezita e com as demais personalidades que contam histórias no filme. Ao final, havia 35 horas de gravação, mais o arquivo. Alpendre e a montadora do filme, Thaís Cortez, trabalharam de maneira intensa durante três meses para montá-lo.

O interesse por Inezita surgiu por causa da avó de Alpendre, com quem assistia ao programa. Aos 15 anos, após um encontro inusitado com a cantora, em um supermercado, o diretor passou a se interessar cada vez mais pela produção musical de Inezita, e descobriu as inúmeras atividades da artista. Anos mais tarde surgiu a oportunidade de documentar a vida de Inezita por intermédio da ECA. “Chegamos na TV Cultura e eles disseram ‘ó, se ela assinar um documento dizendo que faz o documentário, nós entramos junto’. Ela assinou na hora, fomos para lá com o documento assinado e disseram “ok, podem acessar o arquivo’”. Disso nasceu uma amizade que se deixa transparecer um pouco no filme e uma confiança que é a base para que esse trabalho tenha acontecido”, diz Alpendre.

Inezita, que estava presente na exibição do documentário, ainda não havia visto o resultado final. “Amei de paixão. Me fez chorar, me fez dar risada. Que coisa boa tudo isso. E ainda tem muito o que fazer com a nossa música paulista. Fiquei muito emocionada. O filme ficou muito bonito e gostoso de ver. A vida é essa, vamos caminhar até onde Deus quiser”, diz a artista.

O filme foi produzido com recursos da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, e apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), da ECA e da TV Cultura. O DVD foi disponibilizado gratuitamente, uma vez que o projeto não tem fins lucrativos. Todo o conteúdo está disponível no site www.usp.br/cje/inezita ─ concebido por Ulisses Rodrigues de Paula e texto de Leandra Rajczuk ─ além de um aúdio-documentário de Emerson Kimura, o download gratuito da biografia Com a Espada e a Viola na Mão, de Valdemar Jorge e outros extras. "A ideia é que mais e mais pessoas vejam e conheçam a  trajetória da Inezita", completa Alpendre.

 

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