ISSN 2359-5191

03/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 110 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
USP estrutura banco de sangue para felinos

O banco de sangue de felinos do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP é referência por seu método de coleta e armazenamento sanguíneo. A autora do estudo que estabeleceu o projeto é médica veterinária Karin Denise Botteon. Ela levou quatro anos para estruturar o banco de sangue, que foi implantado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Com gatos, sempre fomos obrigados a trabalhar apenas com o sangue total, ou seja, não conseguíamos separar o sangue em componentes variados”, conta Karin. Além disso, não era possível realizar coleta estéril, o que significa que o sangue coletado precisava ser utilizado em no máximo algumas horas para não ocorresse contaminação.

O processo de doação de sangue com gatos deve ser realizado de forma diferenciada, “para cães, trabalhamos com mesmo material utilizado nos humanos, mas para felinos foi necessário desenvolver um equipamento diferenciado, uma vez que esses animais são sensíveis e muito pequenos.”

A princípio, todo o equipamento foi importado, “nos Estados Unidos e em vários países da Europa, já existiam sistemas de coleta específicos para gatos.” Mas atualmente é possível desenvolver o material dentro do país. “Remanufaturamos o equipamento usado para humanos, nos preocupando sempre em manter a qualidade e viabilidade do sistema”, revela.

Outra dificuldade é a de conseguir doadores. Como os felinos não toleram muito bem contenção física, para coletar o sangue é necessário - na maioria das vezes - sedá-los, o que preocupa os donos. Um gato, por seu porte pequeno, doa muito menos sangue que um cachorro ou humano e os custos são bastantes elevados.

Perfil do gato doador

Para que seja considerado um banco de sangue é preciso que haja coleta estéril que permita desassociar os componentes do sangue. No caso dos felinos, o sangue é separado entre concentrado de hemácias (com validade de 21 dias) e plasma fresco congelado (com validade de um ano). Antes da doação, o felino passa por uma avaliação clínica e, para que a coleta ocorra, é necessário que o animal tenha entre um e oito anos, ter vermífugo e vacinação atualizados e no mínimo 4,5kg. Após o procedimento, são realizados testes para doenças infecciosas e tipagem sanguínea. Karin afirma, “todo o processo de armazenamento deve passar por um controle de qualidade: as temperaturas são monitoradas, bem como suas características físicas. Além disso, a bolsa de sangue é identificada de forma adequada, permitindo a rastreabilidade.”

Tipos sanguíneos

Os gatos podem ter três tipos sanguíneos, que são denominados de A, B e AB, como nos humanos. Na espécie, não existe o tipo O, o doador universal. A maior prevalência descrita em estudos é do sangue do tipo A, poucos gatos do tipo B, e raríssimos do tipo AB. “Durante nosso projeto, podemos observar essa mesma prevalência na população felina em geral, mas o que surpreendeu foi a prevalência menor do que a relatada na literatura com relação a determinadas raças.” Nos gatos da raça British shorthair, é relatada uma frequência de até 40% dos felinos sendo do tipo B. Porém, durante a pesquisa, todos os animais dessa raça testados foram do tipo A.

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