ISSN 2359-5191

09/12/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 97 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Método de treinamento otimiza ganho de massa muscular
Apesar de diversas metodologias terem resultados iniciais parecidos, controlar frequência e intensidade é o meio mais eficaz para atingir bons resultados a médio prazo
Fonte: Wikimedia Commons

Em diversas acadêmicas de ginástica, é conhecido por praticantes e personal trainers que um modelo periodizado de treinamento é capaz de produzir melhores resultados em termos de ganho de massa muscular. Porém, a ciência é ainda pouco clara a respeito do assunto e não nos traz muitos detalhes da real eficácia de cada modelo de musculação. O pesquisador da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP) Eduardo Oliveira de Souza, no entanto, demonstrou em sua tese de doutorado que as diversas metodologias periodizadas são eficientes no início, porém apenas a linear continua a produzir melhores resultados após seis semanas de prática.

Ao todo, foram separados cinco grupos com diferentes programas de treinamento - periodizados linear e ondulatório, não-periodizado e um conjunto “controle”, como é comum em métodos científicos. Para todos eles, foram feitas quatro biópsias em quatro momentos: antes das atividades, 24 horas após a primeira sessão, 24 horas após a última sessão de treinamento e, por fim, uma última após sete dias do fim.

Entre profissionais da área, há uma teoria de que o modelo ondulatório (variação da intensidade em curtos espaços de tempo) é o meio mais eficaz de se ganhar massa muscular. O estudo, no entanto, refuta essa tese. Eduardo de Souza explica esse fato - “baseado nos resultados da segunda metade do estudo, ou seja, entre a sexta e 12ª semana, apenas o programa periodizado linear demonstrou aumentos significantes no tamanho do músculo. Dessa maneira, após esse período inicial, pensando na hipertrofia muscular, o modelo linear demonstrou resultados mais interessantes.”.

O pesquisador, entretanto, alerta para o fato de que os resultados devem ser restritos a jovens sem experiência em treinamento de força: “se esse estudo fosse replicado em atletas profissionais ou amadores, poderíamos esperar outros resultados”. Além disso, há problemas quanto à prescrição e modo pelo qual as pessoas idealizam a atividade, segundo o autor. “grande parte do que é falado sobre o treinamento não tem embasamento cientifico ou foi testado por meio de estudos controlados. Por outro lado, nós, os cientistas precisamos ser mais eficientes na divulgação dos nossos resultados para que a prescrição e a prática do treinamento de força sejam pautadas em evidências e achados científicos que podem mudar a maneira pela qual as pessoas treinam nas academias e nos centros esportivos”.

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