ISSN 2359-5191

16/07/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Eletrotécnica e Energia
Painel solar pode levar energia e água para a zona rural

São Paulo (AUN - USP) - O modelo de sistemas isolados, que começou em 1994 no IEE (Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP), busca permitir o uso de luz, geladeira, televisão e outros eletrodomésticos em localidades rurais sem rede elétrica, como escolas no meio do Amazonas ou no Vale do Ribeira, instalando-se painéis com células fotovoltaicas, que convertem a energia solar em elétrica, e baterias para acumulação da energia.

O doutorando Federico Moranti e o mestrando Ivo Salazar investigam nesse modelo os padrões mínimos de qualidade a se alcançar, de modo que haja energia em todos os lugares, considerando que pode ser mais econômico levar a energia solar do que a rede elétrica em algumas situações. “Mas aí também não é só colocar um painel pequenininho e deixar o cara só com uma lâmpada,” avisa Roberto Zilles, professor coordenador das pesquisas sobre células fotovoltaicas no instituto, iniciadas em 1994.

Além da falta de energia, há também a de água em alguns locais distantes; as teses de Doutorado de Maria Fredrizi e Alaã Brito trabalham esse problema num projeto que vem desde 1998, pensando na utilização da energia solar para o bombeamento de água.

Ocorre ainda que os acumuladores de energia têm algumas limitações, e o projeto de Mestrado de Luís Guilherme de Oliveira trabalha isso: “Tem horas que você tem muito Sol, e você não pode deixar entrar muita energia na bateria, senão você vai prejudicar a vida útil dela,” explica Zilles. E o oposto também é verdade, não se pode descarregá-la rápido demais quando não há muito Sol.

Integração no meio urbano
Outro modelo desenvolvido desde 1998, para o meio urbano, é o “sistema conectado por rede elétrica”. É como se funcionasse em cada casa uma pequena usina de geração de energia, com painéis solares. Quando sobra energia solar produzida, ela é vendida, descontando o valor da conta; a idéia é evitar o desperdício.

No interior da sala-modelo, há um aparelho medidor que gira para a direita, indicando que se vende energia; ou seja, a quantidade gerada pelos painéis ali, em torno de 400 Watts, é suficiente para abastecer o computador no local e ainda sobra. Porém, ligando-se um ventilador e uma lâmpada, o contador gira mais devagar, indicando maior consumo de energia e menor venda para a distribuidora.

Há um sincronismo com a rede, de modo que se mantenha um padrão de qualidade seguro, tanto para o usuário como para a rede elétrica. É o assunto da tese de Doutorado de Wílson Negrão, iniciada em 2001.

Em 2000, o sistema foi instalado num prédio do IEE, no âmbito do Purefa (Projeto de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas), fornecendo 25 % de toda a energia lá utilizada; e já estão dobrando a potência dos geradores de 6 para 12 kW, ampliando a proporção de contribuição para 50% da energia utilizada no prédio.

Mais informações:
Professor Roberto Zilles – IEE
3091-2637
zilles@iee.usp.br

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