ISSN 2359-5191

04/02/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 8 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Estudo verifica aprendizagem de médicos em ambientes virtuais 3D
Cientistas da Escola Politécnica avaliam aquisição de habilidades sensório-motoras do ambiente virtual para o mundo real
Ambiente virtual 3d utilizado na medicina para aplicação de injeções. Foto: Alexandre Martins dos Anjos.

Os AVIs, ambientes virtuais interativos, não são mais um tópico de ficção científica. Aliados à tecnologia 3D, amplamente empregada nos consoles e no universo cinematográfico, os AVIs despontam como um potencial auxiliar da educação, apoiando professores e alunos que trabalham com treinamento médico. A fim de mensurar, no mundo real, a aquisição de habilidades sensório-motoras dentro do ambiente virtual, Alexandre Martins dos Anjos, da Escola Politécnica, conduziu uma pesquisa com a colaboração de professores da área de saúde.

Mundo virtual

Os AVIs 3D - Ambientes Virtuais Interativos 3D - são definidos como sistemas com interface gráfica que provêem interação em tempo real com resposta imediata para os usuários. Estes ambientes, explorados inicialmente com a finalidade de entretenimento, também mostraram-se promissores para o aprendizado de habilidades úteis no desempenho de atividades do dia-a-dia. “Há alguns trabalhos na literatura que comprovam que há transferência dessas habilidades do mundo virtual para o mundo real”, atesta Alexandre. “Isso significa que, se um estudante da área de saúde treina um procedimento em um simulador virtual, provavelmente conseguirá transferir o aprendizado adquirido para aplicar em pacientes reais”.

O método pesquisado por Alexandre é uma alternativa viável às estratégias de treinamento conduzidas em ambientes reais de aprendizagem, e a principal vantagem está em não oferecer prejuízos aos pacientes, visto que o treinamento é virtual. “O método, ao mesmo tempo em que possibilita esta mensuração, também permite ao professor avaliar o estudante na execução da habilidade”, explica o pesquisador. “Um exemplo seria ensinar um estudante a aplicar uma injeção: o docente ensina a teoria e verifica no ambiente virtual o quanto o aluno adquiriu a habilidade”.

A professora Fátima Marques, orientadora de Alexandre, revela que os professores da área de saúde que colaboraram com os experimentos ficaram surpresos com a precisão do sistema: “em alguns casos eles avaliaram que o aluno havia inserido a agulha de uma seringa no local certo, enquanto o sistema indicava que estava incorreto. Ao avaliarem com cuidado viram que, de fato, o local estava errado”.

A aquisição de habilidades sensório motoras foi verificada através de estudos experimentais. Os alunos foram avaliados através da observação detalhada de como executavam os procedimentos em um ambiente totalmente virtual, ou seja, não houve acompanhamento com pacientes reais. Durante estes estudos foram utilizadas técnicas estatísticas e também estudos comparativos entre a avaliação humana e a automatizada.

Blended Learning

Fátima destaca perspectivas futuras e outras possíveis aplicações do sistema: “ele pode ser adaptado para mensurar a aquisição de qualquer habilidade sensório-motora. Por exemplo: o quanto alguém adquire habilidade ao chutar uma bola virtualmente”.

Assim como a educação a distância é beneficiada com a aplicação de recursos para processos de ensino-aprendizagem, o uso de tecnologias da informação e comunicação agrega valor à educação presencial. Este fenômeno de convergência entre o virtual e o presencial na educação, também conhecido como Blended Learning, apresenta novas e promissoras possibilidades educacionais.

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