ISSN 2359-5191

25/05/2000 - Ano: 33 - Edição Nº: 07 - Educação - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Instituto de Astronomia e Geofísica verifica evolução química do universo

São Paulo (AUN - USP) - As estrelas fascinam há milhares de anos seus observadores, que desde os períodos mais antigos até hoje, buscam meios de entender o universo, compreender o que são os astros, do que são constituídos e como se formaram. Recentemente, estudando o surgimento das estrelas e a constituição das nebulosas - imensas nuvens de gases e poeiras interestelares - o grupo de pesquisas de Walter Junqueira Maciel, professor do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAG), detalhou com uma precisão sem precedentes como os elementos químicos mudam com o tempo.

O projeto Nebulosas fotoionizadas e a evolução química das galáxias, financiado pela Fapesp e realizado em colaboração com os pesquisadores Roberto Costa e J. A. de Freitas Pacheco, do IAG, e François Cuisinier, da Universidade do Rio de Janeiro, vem, há dez anos, medindo a quantidade de elementos químicos nas nebulosas e estudando a evolução desses índices. "Mais de cem nebulosas foram quimicamente rastreadas com um bom grau de precisão", informa Walter Junqueira. "Trata-se de um processo bastante delicado, em que um espectógrafo capta as radiações específicas emitidas por cada um dos elementos pesados que medem a evolução química."

A Via Láctea quando se formou, há 15 bilhões de anos, era uma imensa nuvem de gás constituída basicamente por hidrogênio e hélio, os átomos mais simples que existem. Com o tempo esse gás foi se condensando formando estrelas, basicamente de dois tipos: as anãs como o sol, com massa de aproximadamente 10³³ gramas, e as de grande massa, até sessenta vezes mais pesadas que o sol. Tomando a massa solar como referência, e atribuindo a ela o valor 1, temos em termos comparativos que uma estrela de massa 1 vive por aproximadamente 10 bilhões de anos enquanto que as de massa 10, por exemplo, duram apenas um milhão de anos.

Os dois tipos de astros apresentam diferentes destinos. No interior das estrelas, como a temperatura é bastante elevada, acontecem as transformações químicas. As menores processam o hidrogênio - elemento dos mais simples - chegando ao hélio, e raramente a elementos mais complexos como o carbono. No interior de estrelas maiores, a temperaturas muito elevadas, o processo vai mais longe, uma vez que é no interior delas que se formam elementos mais pesados como o ferro e o enxofre. Esses elementos se dispersam nas nebulosas assim que as estrelas de grande porte morrem, o que acontece relativamente rápido. O processo continua e novas estrelas se formam. Com o passar do tempo ocorre um aumento na concentração desses elementos mais pesados, é o que defende Hélio J. Rocha Pinto, orientando do professor Walter Junqueira em sua tese de pós-graduação, a ser defendida ainda esse mês.

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