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por
Júlia Tavares |
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Mercúrio
é o Deus da mitologia romana que tinha sobre
seu protetorado várias coisas, entre elas, o
comércio e as finanças. Nada mais justo
para dar nome ao sistema coorporativo da Universidade
de São Paulo responsável pelas compras
e pedidos de almoxarifado. Desde de 2000, ele registra
as despesas e controla o patrimônio e um orçamento
de R$ 1,5 bi anuais, facilitando e garantindo a segurança
das etapas envolvidas nas requisições
dos funcionários.
O
"pai" do nome Mercúrio é
Peter Greiner Jr., assistente do Departamento
Financeiro da Reitoria e um dos envolvidos no
desenvolvimento do sistema. Antes do Mercúrio,
Peter conta que um pedido para o almoxarifado
- como canetas, por exemplo - passava por uma
série de papéis, assinaturas, memorandos,
verificações e conferências,
e corria o risco de não ser efetivado caso
a caneta não estivesse no estoque. |
crédito:Francisco Emolo
Peter
Greiner Jr. |
"Hoje o ganho é em informação
e tempo, porque eletronicamente o funcionário
sabe se o material está disponível ou
não", ressalta Peter, que também
cita como melhoria do sistema a descentralização
dos processos de compras. "Uma pessoa comanda,
a ordem de pagamento vem para o Departamento Financeiro,
é conferida eletronicamente e vai para o banco",
diz.
Para efetivar o controle das requisições
de compra, o Mercúrio administra os pagamentos,
faz o cadastro dos fornecedores, executa funções
de tesouraria, dá suporte às importações
(pedidos feitos fora do País) e presta contas
à Secretaria da Fazenda sobre o balanço
orçamentário da USP. Além disso,
controla todo o patrimônio da Universidade, representado
pelos objetos, acervos de museu e biblioteca, e animais,
como os bovinos reprodutores do campus de Pirassununga.
"Com
o Mercúrio é possível atingir
um nível de segurança extremamente
alto", diz Peter, confirmando a afirmação
da analista do Departamento de Informática
Eunice Onoe: "Nunca tivemos a invasão
de nenhum hacker".
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crédito:Francisco Emolo
Eunice
Onoe |
Por questões de segurança, o Mercúrio
funciona em duas versões, uma na Internet e outra
na rede interna - Intranet. Eunice conta que qualquer
funcionário e professor ativo da USP podem fazer
requisições no MercúrioWeb, desde
que tenha uma senha autorizada pelo assistente financeiro
da unidade. Já a rede interna, apenas acessível
a micros específicos dentro do espaço
da universidade, tem mais funcionalidades. Os usuários
são tesoureiros e outros funcionários
da área de compras e contabilidade. "Temos
13 subsistemas e 25 níveis de segurança,
sendo que o nível máximo é restrito",
afirma Eunice.
A parte das operações feitas pela Internet
é a requisição de compras e almoxarifado,
além da consulta às licitações
em andamento e ao patrimônio da USP. Um dos funcionários
que teve seu serviço agilizado pela grande rede
é Marcos Sabino, que há 15 anos compra,
controla empresas e trabalha com licitações
na Prefeitura do campus de São Carlos. "As
sessões da Prefeitura requisitam desde medicamentos
a gêneros alimentícios para restaurante",
diz.
Sabino reclama, no entanto, que muitos encontram dificuldades
para fazer o pedido corretamente. "Às vezes
o requerente não sabe o que quer, e pode comprar
algo errado. Um exemplo são os pedidos de material
elétrico", lembra. Para o funcionário,
a papelada com assinaturas necessárias para compras
não diminuiu muito na passagem do antigo sitema,
o Siaf (Sistema Integrado Administrativo Financeiro),
para o Mercúrio.
Peter justifica, dizendo que abandonar os processos
em papel é uma atitude que não depende
da USP. "Infelizmente a gente gostaria que fosse
tudo eletrônico, mas tem uma parte jurídica
que não permite isso e obriga papéis e
documentos assinados".
crédito:Francisco Emolo
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Luis Antônio Teixeira e Eunice
Onoe |
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Segundo Luís Antônio Teixeira, gerente
do grupo responsável pelo sistema desde a implantação
do Mercúrio, a concepção do Mercúrio
começou em 1993. Ele foi implantado definitivamente
em 2000, principalmente para evitar erros decorrentes
do "Bug do Milênio" na virada do ano.
"Na época tinha o Siaf.
A gente sofreu bastante no começo, mas compensou,
porque hoje o sistema está muito bom e o pessoal,
adaptado", fala Teixeira, que menciona a funcionalidade
e a segurança como principais melhorias do Siaf
para o novo programa.
As alterações no sistema, no entanto,
não param de acontecer. "Ele sofre alterações
decorrentes de mudança de legislação.
A próxima será a implantação
de um cartão de compras que visa a substituir
a mecânica dos adiantamentos. Será uma
espécie de cartão magnético com
gasto em rede shop", adianta ele, que prevê
o uso do cartão para o próximo ano.
crédito:Francisco Emolo
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"Tivemos
que zerar o dinheiro das unidades e alguns diretores
entenderam que estávamos confiscando tudo" |
Tanto Teixeira como Peter e Eunice estão de acordo
quanto aos cuidados a serem tomados quando se trata
de mudanças. Do Siaf, eles lembram do pânico
na época da mudança do cruzeiro para o
real, em 1994. "Tivemos que zerar o dinheiro das
unidades e alguns diretores entenderam que estávamos
confiscando tudo", recorda Peter.
Outra história curiosa lembrada por ele aconteceu
no início do cadastro de materiais no sistema.
"Havia dois tipos de cadeira para secretária:
com braço e sem braço. Às vezes
acontecia de fazer o pedido de compras sem a vírgula
no sistema, e, quando você via, estava 'cadeira
para secretária sem braço", diverte-se,
ressaltando que hoje esse erro não acontece porque
os pedidos são feitos por grupos de materiais,
com especificação do que pode ser comprado. |
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