sistema marte

 

 
por
Júlia Tavares


SISTEMA MARTE SIMPLIFICOU COMANDOS DA ROTINA DE TRABALHO NA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS
V
ocê sabia que o espaço ocupado nas salas da antiga divisão de folha de pagamento do departamento de recursos humanos era disputado metro a metro com quilos de papel e relatórios? E que um funcionário recém-chegado demorava no mínimo três meses para receber o primeiro salário?

crédito:Francisco Emolo

 
Equipe do Marteweb: da esq. a dir.
Walter Michishita,Rubens Lucco, Marcos Jardim,Edson Brito, Mario Antônio Guzzo,Luís Sérgio Almeida, Edvaldo de Bartolo, Cláudio Tadeu,Tesuru Misawa,Euricléia Zamboni, Oswaldo Santos
 

O passado da área de recursos humanos da reitoria da USP ainda é recente. Apenas depois de 1987, com a novidade da informatização trazida pelo Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siap), o trabalho no DRH ganhou agilidade e economia com a redução do uso do papel. O Sistema Marte, "no ar" desde 2002, completou o ciclo da informatização: simplificou comandos da rotina de trabalho, além de democratizar o acesso a informações. Neste ano, é se tornou possível
consultar o holerite e o informe de rendimentos pela Internet, através do Marte Web.

"Gerenciar os 15 mil celetistas, 5 mil docentes, 1 mil funcionários estatutários, e 6 mil aposentados nos vários aspectos que dizem respeito a eles de forma não informatizada seria muito difícil", afirma o diretor de Recursos Humanos, Adnei Melges.

Para o primeiro grupo do DRH envolvido na implantação do sistema Marte, o salto gerencial aconteceu mesmo com o Siap, desenvolvido em parceira com o Centro de Computação Eletrônica. "Ainda que fosse na Main Frame (computadores grandes que funcionavam como um terminal), o Siap trouxe o primeiro grande conceito de banco de dados", afirma João Pacheco, um dos responsáveis pela implantação do sistema.
João Pacheco

Quem lembra do sufoco em trabalhar antes da informatização é Maria de Fátima Maschiectto, funcionária da sessão pessoal no Centrinho de Bauru desde 1982. "Qualquer pesquisa sobre a vida funcional virava um pedido para a reitoria, em São Paulo, e a informação demorava dias para chegar". Outro exemplo são as férias: "O cadastro de férias era preenchido num relatório e enviado para a capital. Tudo através de formulário, gerando cada vez mais arquivos em papel", diz.

Tanto esse tipo de tarefa como o processamento da primeira folha retroativa e a redução de tempo para contratação de um funcionário foram evoluções do Siap, que funcionou por 15 anos, recorde de tempo para os sistemas corpotativos na Main Frame.

No entanto, desde 1994 seu substituto já estava sendo articulado, desta vez em conjunto com a Comissão Central de Informática e com o Departamento de Informática. "O primeiro foco era criar um sistema que facilitasse o entendimento do usuário, com uma linguagem mais simples. Em segundo, que tivesse as mesmas funções do Siap", diz David Griman, analista de Recursos Humanos que acompanhou a transição dos sistemas.


João Pacheco,David Griman, Patrícia Martins Carvalho, Regina Sartori
 
   

Em termos de "linguagem", a equipe de João Pacheco, composta hoje por David, Patrícia Martins Carvalho, Regina Sartori e Alexandre Duarte, brinca que, para operar o Siap, era preciso conhecer o "siapês". "Quando cheguei, uma das principais dificuldades para entender o Siap era saber de cór o nome da transação. Era uma espécie de código, necessário para fazer a navegação e os cadastros", recorda Patrícia.

"As pessoas preferiam procurar informações no holerite do que nas telas", diz David, que ainda não esqueceu códigos como R VAGAS FUNC para listar vagas pelas quais o funcionário passou, e R FUNC VAGA, que, por sua vez, relacionava todos os funcionários que passaram pela vaga. Ele lembra que, para cadastrar o contrato de um ingressante e registrar a conta bancária era preciso "entrar" em até sete telas- sempre com esses códigos complexos.

Se antes um funcionário poderia entrar e sair da área de RH e continuar entendendo muito pouco do sistema antigo, Pacheco conta que nenhum funcionário ganha senha para operar o Marte sem antes ter passado por um treinamento. "Esse era um ponto fraco do Siap que foi melhorado. Fazemos inclusive reciclagem", diz.

A "encomenda" de um sistema de fácil operação para o usuário foi tarefa para o Departamento de Informática. Segundo a analista Euriclea Zamboni, envolvida com o Marte desde 1999, o desafio foi descentralizar operações da reitoria e ao mesmo tempo garantir a integridade dos dados.

Como exemplo das "simplificações", ela cita o cálculo de tempo para concessão do quinquênio (bônus na remuneração do funcionário a cada cinco anos completos). "O usuário faz coisas automáticas que nem percebe que está fazendo. Ao cadastrar uma falta, por exemplo, ele não imagina que isso está implicando em contagem de tempo, e por sua vez, na concessão do quinquênio. No Siap isso demorava dois dias", diz Euriclea.

Para Marcos Borba Jardim, líder do projeto Marte no DI, os pedidos da reitoria podem parecer pequenos, mas aplicá-los não é tarefa fácil. "O desafio maior é cumprir com as regras na area de legislação, porque lidamos com várias categorias de servidores - docentes, funcionários autárquicos, celetistas, estagiários e conveniados, e preciamos fazer uma solução que pense em todos as areas do RH", conta.

Segundo Regina, o trabalho do DI foi bem feito, e o Marte possibilitou gerar novos documentos e maior integração entre as unidades e a reitoria. Um exemplo, citado por Pacheco, é o relatório de quem completa 70 anos nos próximos seis meses e obrigatoriamente irá se aposentar. "Era o DI quem gerava esses relatórios, isso tomava tempo e havia um risco de extravio. Hoje, qualquer unidade pode fazer essa consulta, na própria tela".
Regina

A palavra "integração" é, para Pacheco, o ponto mais importante dos sistemas corporativos da USP. "A folha de pagamentos de um docente é alimentada automaticamente no Mercúrio. Antigamente era tudo por papel", destaca.

As novidades do sistema para o próximo ano estão concentradas no Marte Web. O DRH adianta que o cadastro dos dados pessoais e sua atualização poderá ser feita pela Internet pelo funcionário. "Os novos recursos acompanham a tendência de incorporar cada vez mais o servidor", ressalta Pacheco.

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Para consultas de holerite e informe de rendimentos, todos os docentes e funcionários podem acessar www.sistemas.usp.br/marteweb, desde que o e-mail informado esteja correto. Caso contrário, altere o endereço eletrônico na sua área de pessoal.