São múltiplas as epidemias na obra de Gabriel García Márquez, de esquecimento, de insónia, de doenças reais e imaginárias. Uma delas, talvez a principal, é a guerra civil, como uma grande epidemia que arrasta personagens para delírios e famílias e povos para herdar o ódio eterno. Desde seus primeiros contos, no final da década de 1940, a morte é sem dúvida um dos eixos de sua grande obra narrativa que continuará em seus grandes romances e é, junto com o amor, um dos grandes temas de sua obra e de sua vida como pode ser visto em suas memórias, Vivir para contarla. Em nosso artigo abordaremos o tema da doença e da pandemia em Cem Anos de Solidão e em Amor em Tempos de Cólera. Para isso, dialogaremos com as teorias do filósofo e médico francês Georges Canguilhem e seu já clássico livro, O normal e o patológico.
Este artigo pretende refletir a respeito do narrador na literatura latino-americana através de duas obras compreendidas por Angel Rama como sendo transregionalistas: Grande Sertão: Veredas e Cien años de soledad. Para tal, faz um percurso analítico que passa pelos ensaios de Walter Benjamin, Silviano Santiago, além de outros olhares dos Estudos Culturais e da teoria da transculturação narrativa.
O presente artigo tem como proposta explanar sobre a configuração doreal maravilhoso, levando em conta o que Alejo Carpentier define como peculiaridadedesse tipo de narrativa: a sua vinculação a uma cultura, a da América. Para tanto,partimos de uma narrativa, “A santa”, de Gabriel García Márquez, que tem comomote o enfraquecimento do real maravilhoso em função do deslocamento espacial– da América Latina para a Europa. O trabalho analítico também enfocará o conto “Amenina de lá”, de João Guimarães Rosa. A base teórica é a teoria de Carpentier sobreo real maravilhoso.
O artigo tem como proposta a discussão da noção de real maravilhoso, uma das vertentes da literatura fantástica, por intermédio da análise de dois contos de autores latino-americanos: “Um senhor muito velho com umas asas enormes”, de Gabriel García Márquez, e “Um moço muito branco”, de João Guimarães Rosa.
O objetivo do artigo é realizar breves considerações sobre a recepção internacional de quatro escritores latino-americanos. Dois hispano-americanos (Jorge Luis Borges e Gabriel García Márquez) em contraste com dois brasileiros (João Guimarães Rosa e Jorge Amado).
Trata este paper de uma breve leitura sobre a obra Cem anos de Solidão, de Gabriel García Márquez (1927), e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa (1908-1967). Estes dois intelectuais latino-americanos no século XX se consagraram na literatura mundial. O primeiro com o gênero Fantástico, e o segundo com uma narrativa regional mineira. Em Guimarães o lugar escolhido para suas histórias era carinhosamente chamado por ele de “Mundo Sertão”, lugar onde seus personagens ganharam vida e foram imortalizados em suas obras como, por exemplo, Riobaldo em Grande Sertão: Veredas (1956). Já García Márquez descreve o realismo mágico em seu romance Cem Anos de Solidão (1967). O lugar do enredo é uma cidade fictícia cercada de acontecimentos inexplicáveis e sobrenaturais, chamada Macondo, da qual tudo emerge e para onde tudo volta. Revolucionando a literatura mundial o romance de García Márquez foi lançado em maio de 1967, e além das muitas tiragens esta obra lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Guimarães, por ironia do destino, não pôde ser agraciado com tão nobre Prêmio, em virtude de sua morte súbita em 1967, aos 59 anos, três dias depois de tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Suas obras foram fonte de inspiração para o cinema, televisão, teatro e música, diferente de García Márquez no que tange à obra aqui sinalizada. Sendo sete delas publicadas: Sagarana (1946); Corpo de Baile (1956); Grande Sertão: Veredas (1956); Tutaméia – Terceiras estórias, último livro publicado em vida por Guimarães em 1967, dentre outras.