Riobaldo, o narrador-protagonista de Grande sertão: veredas, demonstra, ao longo de toda a sua narrativa, grande preocupação com a questão do mal e com a figura do demônio; e afirma, mais de uma vez, que pode falar do assunto com particular propriedade. Durante boa parte do livro, entretanto, ele não explicita o principal motivo de o assunto interessa-lo tanto, nem o que lhe permite afirmar que é particularmente apto a falar sobre ele. Riobaldo propõe mistérios e, ao modo das narrativas de suspense, adia o seu esclarecimento. Diferentemente dessas narrativas, entretanto, quando ele enfim narra o episódio que teria motivado suas preocupações (o duvidoso pacto demoníaco), o “esclarecimento” que se dá não é suficiente para responder às questões que o inquietam. E coloca outras. Assim, o caminho da elucidação acaba levando à incerteza e à indeterminação.
Este trabalho se pretende uma apresentação do último livro publicado em vida de João Guimarães Rosa, Tutameia: Terceiras estórias, e de parte de sua crítica. Inicialmente, discutimos a arquitetura complexa e enigmática do livro, onde os paratextos desempenham particular importância. Em seguida, tratamos, à luz de estudos dedicados a explorar a originalidade linguística da obra rosiana, das especificidades da linguagem de Tutameia em relação ao conjunto das narrativas de Guimarães Rosa. O livro é composto por “estórias” muito curtas, onde os sentidos estão condensados em muito poucas palavras. Dedicamos especial atenção, nessa discussão sobre a linguagem das Terceiras estórias rosianas, aos recursos tradicionalmente atribuídos à poesia que são utilizados na composição dos contos do livro.
O livro de Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas contabiliza uma extensa fortuna crítica que surgem a partir dos mais diferentes enfoques. Este estudo busca revisitar as diferentes linhas de abordagem do texto rosiano, identificando as características de cada abordagem relacionada à obra de Guimarães, bem como os estudiosos que seguem essas linhas de estudo no desenvolvimento de seus trabalhos.
Este estudo faz reflexões sobre a composição fragmentada da narrativa em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, associando-a à impossibilidade de fixação do sentido das coisas e da linguagem. Essa impossibilidade manifesta-se também nas relações amorosas de Riobaldo,das quais trata a parte final do texto.
O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre o ponto de
vista de “Campo geral”, a primeira do conjunto de sete novelas que
Guimarães Rosa chamou de Corpo de baile. “Campo geral” é narrada
em terceira pessoa, mas seu leitor apreende os acontecimentos ficcionais a
partir da perspectiva de Miguilim, um menino que tem entre 7 e 8 anos
de idade – e que é, ademais, míope. Este ponto de vista imprime
determinadas características à narrativa, que este trabalho se propõe a
investigar.
Este trabalho é um estudo da novela "Campo geral", do livro Corpo de baile, de João Guimarães Rosa, a partir de dois enfoques principais. O primeiro é o motivo das relações familiares, para o estudo do qual se recorrerá também às novelas "A estória de Lélio e Lina" e "Buriti", que fornecem elementos importantes para o desenvolvimento do tema. O segundo diz respeito à formação do herói e seu desgarramento do grupo