Comparando o conto de Mia Couto “As águas do tempo” e o de Guimarães Rosa “A terceira margem do rio”, Olga de Sá apresenta a temática do tempo, visando a destacar o maravilhoso e o tempo sagrado kairós, nas duas narrativas.
Na sociedade primitiva, é o mito que marca o início e a origem das coisas. É por meio dele que o homem toma consciência de sua condição humana, do estar-no mundo e ser-para-a morte. A partir dele, nomeia e dá vida ao que o cerca. Pelos tempos afora, o mito transcen deu se u sentido preferencial pela oralidade, a audição- hoje, nos atingi ndo por todos os demais. A mídia moderna oferece-nos, cons tanteme nte, releituras de histórias atemporais. Rosa, pela palavra es crita renovada, recria o mito com todas as suas funções originais. Com isso interfere no mito original de tal modo que, mais que influ enciado por ele, o novo conto qu ebra as cadeias do tempo e influen cia o própri o mito. O "diabólico" em sua dimensão mítica atravessa a ficção de Guimarães Rosa.
Na sociedade primitiva, é o mito que marca o início e a origem das coisas. É por meio dele que o homem toma consciência de sua condição humana, do estar-no mundo e ser-para-a morte. Pelos tempos afora, o mito transcendeu seu sentido preferencial – pela oralidade, a audição – hoje, atingindo-nos pela mídia, com a releitura de histórias atemporais. Rosa, pela palavra escrita renovada, recria o mito com suas funções originais. Com isso, interfere no mito original de tal modo, que mais que influenciado por ele, o novo conto quebra as cadeias do tempo e influencia o próprio mito. O “diabólico”, em sua dimensão mítica, atravessa a ficção de Guimarães Rosa.