O discurso das poesias de Manoel de Barros e o das narrativas de Guimarães Rosa constroem estilos poéticos erigidos, em muito, a partir do tropos imagético. Em Barros, a metáfora instaura – valendo-se de rupturas semânticas, fragmentação de frases, montagem caótica de versos, ausência de semelhança causal entre as coisas – significação que subverte o real como denúncia da coisificação do homem por sociedade desumanizadora
que precisa, urgentemente, ser modificada, subvertida, revolucionada. Em Rosa, a metáfora surge, quase sempre, na reiteração de imagens, embalada por onomatopeias, crispada por neologismos, amplificada por subversiva sintaxe, em jogo lúdico que exprime o ethos poético e a ética do autor. Este artigo analisa em paralelo o estilo dos dois autores, examinando – em suas obras – a elaboração do jogo metafórico e respectivos efeitos de sentido.
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