Este ensaio resulta de uma perspectiva de investigação surgida imediatamente após a conclusão do curso de mestrado e é, portanto, uma posição teórica ainda em desenvolvimento. Nosso objetivo, aqui, é sinalizar um possível caminho para a revisão de alguns posicionamentos críticos relativos ao regionalismo literário desenvolvidos e consolidados pela historiografia. Tomamos os conceitos de região e regionalidade como imprescindíveis para tal e selecionamos como ponto de partida a obra de J. Guimarães Rosa, através da qual buscamos olhar para uma parcela da tradição literária brasileira e analisar alguns dos discursos veiculados pela crítica.
Neste artigo, abordamos sobre a linguagem de Clarice Lispector e a de Guimarães Rosa. Valendo-nos de duas obras de cada um desses autores: A paixão segundo G. H. e Laços de família, e Noites do sertão e Primeiras estórias, do segundo, procuramos mostrar que elas são interessantes não somente pelo tipo de linguagem, mas também pelos assuntos abordados.
O objetivo deste ensaio é um estudo do pathos amoroso em Noites do sertão: as novelas Buriti e Dãolalalão, que compõem esse livro, abrigam os registros mais sensuais de toda a ficção de Guimarães Rosa, tratando especificamente do amor e suas modulações, vividas sobretudo no registro da ?transgressão?. Em Buriti tudo se organiza em torno dessa ?Árvore-da-vida? ou, num outro registro, símbolo fálico, que é o Buriti Grande, orquestrando as relações das pessoas cujas terras ele domina sobranceiramente. Em Dãolalalão, há que se estudar em clave de ?estranhamento? a relação de um ex-jagunço e de uma ex- ?militriz?, aferida ao amor arquetípico de Salomão e da Sulamita, o ?Amado? e a ?Amada? do Cântico dos Cânticos bíblico, criptografado ao longo da novela, e abrindo a possibilidade para uma abordagem desse topos caro à ficção rosiana, que é o amor da prostituta.
Este estudo é parte de um trabalho de maior fôlego que se preocupa com o processo de criação literária de Guimarães Rosa. A leitura de manuscritos provenientes do arquivo do autor, que se encontra no IEB/USP, iluminou caminhos de leitura que apontaram o escritor montes-clarense Hermes de Paula como parte do material genético que deu vida e substância a pelo menos duas obras de Rosa: Tutaméia e Estas Estórias.
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