Apresentam-se, aqui, breves considerações a respeito da correspondência entre dois universos épicos: o da Ilíada de Homero e o do Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, a partir de comentários feitos por Antonio Candido sobre o romance do escritor mineiro.
Abordagem da dialética no romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, no que se refere ao movimento pendular das personagens, à imprecisão espaço-temporal, à oscilação do foco narrativo e dos níveis da narrativa, à indefinição do gênero, enfim, à fluidez dos confins.
A proposta é de um estudo das imagens fundamentais de Grande sertão: veredas, à luz das idéias de Giambatista Vico. Com efeito, nesse movimento de nomear que constitui fundamentalmente a poesia, o filósofo napolitano mostra o processo em que se efetiva uma projeção do corpo humano e das "humanas paixões" sobre a paisagem circundante, tendo por base a analogia. Pois bem, é essa sensorialidade do fazer poético que se pode apontar no romance de Guimarães Rosa, em que, do rio ao sertão, aos buritis e a todas as demais "quisquilhas da natureza", é a metáfora que dá "sentimento e paixão" às coisas inanimadas. E toda a orquestração das imagens da natureza obedecerá ao poderoso impulso que atrai Riobaldo a Diadorim.