ISSN 2359-5191

20/06/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Suplementação com aminoácidos reduz cansaço durante exercícios

São Paulo (AUN - USP) - A suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada, encontrados em alimentos protéicos como carne, ovos e leite, aumentou o rendimento de ratos submetidos a exercícios físicos, causando retardo na sensação de fadiga. A conclusão faz parte da dissertação de mestrado “Efeitos da suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada e sua relação com a fadiga periférica e central”, de Luciana Rossi Marques. O resultado da pesquisa, porém, ainda não pode ser aplicado aos seres humanos, por serem necessários mais estudos sobre o assunto.

Os aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) estão relacionados à produção de energia e à constituição muscular. São chamados essenciais pela incapacidade do corpo humano em produzí-los. O suplemento com esses aminoácidos já é utilizado por alguns freqüentadores de academias, mas ainda não há uma comprovação da sua eficácia em seres humanos, bem como de seus riscos à saúde.

Durante seis semanas, um grupo de ratos recebeu uma alimentação com 50% de acréscimo de AACR e foi submetido a exercícios moderados de longa duração. Foi observado um aumento de quase 30% no tempo total da natação, em relação àqueles que receberam ração normal. “Isso comprovou a eficiência da suplementação para prevenção da fadiga central e periférica em ratos” afirma Luciana.

A sensação de fadiga central é comum entre atletas durante a atividade física de longa duração. No corpo humano, alguns aminoácidos diferentes entre si são levados ao cérebro por um transportador regulado por competição. Aquele que estiver em maior quantidade será transportado preferencialmente. É o que acontece com os AACR e o triptofano. O triptofano é o aminoácido precursor da serotonina, cujo aumento cerebral está relacionado à sensação de fadiga. Enquanto o exercício é feito, parte dos aminoácidos de cadeia ramificada é convertida em energia. Esse desequilíbrio na proporção entre eles faz com que o triptofano seja transportado ao cérebro, desencadeando, através da serotonina, o cansaço precoce.

Uma das preocupações do estudo se refere ao impacto da suplementação para o organismo, pois seus efeitos colaterais ainda não estão claramente definidos. Nos ratos submetidos à alimentação com AACR e aos exercícios físicos, houve produção excessiva de amônia no organismo, causando uma sobrecarga nos rins e no fígado. “Para os parâmetros utilizados no estudo, não houve constatação de efeito prejudicial para os animais, mas isso não significa que seja tudo bom”, afirma Luciana.

A dissertação de mestrado foi defendida no dia cinco de junho na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, e teve como orientador o professor Júlio Orlando Tirapegui Toledo.

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