ISSN 2359-5191

20/06/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Poli cria sistema que torna ar condicionado mais eficiente e econômico

São Paulo (AUN - USP) - Um sistema inovador aplicado em aparelhos de ar condicionado central foi desenvolvido pelo Laboratório de Mecânica dos Fluidos da Escola Politécnica da USP. A novidade, resultado da tese de doutorado do professor Antonio Luís Mariani (coordenador do laboratório) possui duas principais vantagens em comparação com os sistemas convencionais: “produz” um ar de melhor qualidade e reduz o consumo de energia.

De maneira geral, o funcionamento prolongado dos aparelhos de ar condicionado diminui a qualidade do ar que se respira em ambientes fechados. Isso ocorre porque, à medida que a atmosfera vai sendo filtrada, aumenta a quantidade de partículas poluentes que antes compunham o ar em pequena proporção – gás carbônico, grãos de poeira, bactérias, fragmentos orgânicos, entre outros.

Por isso, é necessário que, a intervalos regulares de tempo, a atmosfera de um lugar fechado seja renovada com ar externo, mais puro e menos “viciado”. A maioria dos sistemas centrais de ar condicionado determina uma quantidade fixa de ar que entra no ambiente a cada instante.

O segredo do dispositivo criado na Poli está em controlar essa troca de gases. Aqui, a entrada de ar não é mais determinada previamente, mas varia de acordo com a qualidade do ambiente – quanto pior estiver a atmosfera de uma sala, mais constante deve ser a renovação de ar, e vice-versa.

Um dispositivo composto por 16 sensores eletrônicos é que indica quando a absorção de ar externo é necessária. Impulsos elétricos convertidos em sinal digital são enviados a um computador central, que controla a entrada de ar.

A vantagem é dupla. No novo sistema, sabe-se exatamente quando a atmosfera de um lugar precisa ser reposta e qual é a quantidade certa de ar que deve ser absorvida de fora – algo entre 640 e 2.300 metros cúbicos a cada hora. O aparelho tem seu período de funcionamento reduzido e, assim, gasta menos energia.

O professor Mariani brinca com essa possibilidade de redução do consumo de eletricidade: “Se eu soubesse que haveria crise energética, eu teria pegado o projeto, saído da universidade e tentado ficar rico”.

A tese do professor – concluída em dezembro do ano passado – contou com o apoio financeiro e técnico de três empresas: a Veranum Tempus, do setor de ar condicionado, a Blue Tec, responsável pelos sistemas eletrônicos que compõem os sensores, e a Trox do Brasil, que forneceu venezianas de passagem de ar. Durante a pesquisa, alguns testes foram feitos em laboratórios do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP).

Agora, com o projeto concluído, o professor espera que algum órgão de fomento à pesquisa (Fapesp, Finep, CNPq, por exemplo) se disponha a bancar a implantação da novidade em sistemas de ar condicionado já existentes. “Nosso aparelho é bastante inovador já que pode ser instalado em sistemas de ar sem mudar sua estrutura física , condição inédita atualmente”, conclui Mariani.

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