São Paulo (AUN - USP) - Como é o transporte de substâncias dentro da célula? Quem é responsável pelo vai e vem das cargas que chegam e saem delas? à possÃvel controlar esse movimento? Como prever o caminho que esses motores fazem? Essas são algumas das perguntas que o estudo levantado pelo Instituto de FÃsica da USP está buscando responder, visando a possibilidade de fabricação de novas vacinas e a prevenção de doenças. A palestra âOs motores da célulaâ aconteceu recentemente na Estação Ciência e mostrou os rumos dessa pesquisa.
Carla Goldman é fÃsica e faz parte da equipe de pesquisadores envolvidos neste projeto. Ela falou pra um público em sua maioria de estudantes de ramos da FÃsica e da Biologia e comentou sobre algumas indagações a respeito da pesquisa que vem desenvolvendo. O estudo das células e de seus motores envolve também leis da fÃsica e é aà que entra o trabalho da pesquisadora. A palestra âOs motores da célulaâ é parte do ciclo âFÃsica para todosâ, parceria entre o Instituto de FÃsica da USP e a Estação Ciência.
No ramo da biofÃsica, a pesquisa analisa as proteÃnas do nosso corpo â elas são os motores moleculares, responsáveis pelo transporte de partÃculas para o interior e exterior das pequenas estruturas do nosso organismo. A pesquisadora explicou de forma bastante acessÃvel, que o movimento executado pelas proteÃnas não é desordenado, mas não se pode coordená-lo ou prevê-lo e esse aspecto torna impossÃvel o impedimento do transporte de cargas indesejadas, como vÃrus e bactérias, para dentro das células. Esse impedimento ajudaria na prevenção de doenças e na fabricação de vacinas. As proteÃnas se deslocam em ambos os sentidos â para dentro e para fora da célula -, mas não respondem a uma ordem exata, dificultando a prevenção de suas atividades. A pesquisa busca, portanto, conhecer a lógica do deslocamento das proteÃnas, ou conseguir coordená-lo, para ser capaz de prevenir a entrada de substâncias indesejadas para dentro de nosso organismo.
Fora do Brasil, muitos paÃses estão envolvidos em pesquisas sobre o tema, mas aqui, o assunto ainda não está sendo muito abordado, apesar da importância que apresenta. O grupo de pesquisadores da USP é o único a desenvolver a pesquisa no paÃs.