ISSN 2359-5191

20/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 58 - Meio Ambiente - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Geofísica otimiza detecção e monitoramento de áreas contaminadas

São Paulo (AUN - USP) - Há, hoje, no Estado de São Paulo, 2272 áreas contaminadas conhecidas e estima-se que o número real seja bem superior a esse. A Geofísica é muito eficaz na detecção, no mapeamento e no monitoramento dessas áreas e, no entanto, suas técnicas ainda são pouco utilizadas no Brasil.

Os métodos geofísicos são técnicas indiretas e auxiliares de investigação em superfície. Com eles, não é preciso fazer intervenções diretas no solo e na água subterrânea, como perfurações, para que se detecte um foco de contaminação. É como um exame de ultra-sonografia: não se abre o ventre da mãe para saber como está a criança.

Depois de feito o levantamento, na maioria dos casos, é necessária uma investigação direta para se confirmar os resultados diagnosticados pela Geofísica. Tendo uma boa análise do local em mãos evitam-se perfurações desnecessárias, pois já foi feita a detecção dos focos de contaminação e o mapeamento da área. Também diminui o risco de se perfurar dutos ou barris enterrados, por exemplo.

Segundo Vitor de Lima Costa, geofísico formado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, os métodos geofísicos dão uma visão geral do lugar investigado – dimensão da área contaminada, existência de tambores enterrados, direção da expansão da contaminação, grau de poluição – e direcionam a investigação direta posterior. É possível focar o estudo nos locais mais problemáticos e tomar medidas emergenciais de contenção da pluma de contaminação, se necessário.

Por otimizar a detecção de contaminações do solo e da água subterrânea, a Geofísica reduz o preço final de uma investigação. No Brasil, entretanto, esses métodos ainda são pouco divulgados e pouco explorados, se compararmos com países da Europa e da América do Norte. Os preços dos aparelhos necessários são altos, mas um investimento seria compensado com a redução de custos nas investigações futuras.

Vitor Costa, que trabalha no Setor de Gestão em Áreas Contaminadas da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), explica que um bom levantamento geofísico traz uma série de benefícios em uma investigação ambiental: rapidez na avaliação de grandes áreas; diminuição do número de sondagens, visto que já se tem conhecimento prévio dos focos de contaminação; diminuição do risco de perfuração de dutos ou barris enterrados; avaliação contínua do local; informações geológicas e hidrogeológicas da área estudada e custo reduzido.

Os métodos geofísicos se baseiam nas diferenças entre as propriedades físicas do meio, que podem ser causadas naturalmente ou pelo homem. No caso da detecção de áreas contaminadas, ondas de alta freqüência, resistividade elétrica e magnetismo, por exemplo, são utilizados para indicar a probabilidade de haver elementos químicos que poluem o solo e a água subterrânea. Esses elementos, muitas vezes provenientes de postos de gasolina e de indústrias, podem causar sérios danos à saúde humana, da fauna, da flora e dos bens naturais em geral.

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