ISSN 2359-5191

13/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 124 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Profissionais de Farmácia discutem na USP as relações entre a Universidade e a Indústria

São Paulo (AUN - USP) -“Na indústria trabalhamos com pesquisa desmembrada, com grupos multidisciplinares, é diferente da universidade”, compara Rodrigo Mazzanti, doutorado em Ciência dos Alimentos pela USP, durante mesa redonda da XIII Semana Farmacêutica, realizada recentemente. No debate, um dos mais importantes de todo o evento, discutiram-se as diferenças e as formas de integração da pesquisa realizada na Universidade e da realizada na Indústria.

“O ambiente corporativo é bastante diferente do ambiente acadêmico”, diz Sabrina Corrêa, formada pela Universidade Mauá e pesquisadora de uma grande empresa de amidos e maltodextrinas. Segundo ela, a mentalidade das empresas está mudando, mas ainda falta consciência da importância desse tipo de mão-de-obra formada na universidade: "não é toda a indústria de alimentos que tem a noção do que um mestre ou um doutor pode agregar a ela”. “Na indústria você não consegue ter o aprendizado que você vai ter num Mestrado ou num Doutorado. As pós-graduações vão te abrir um leque e você vai conseguir resolver muito mais problemas do que conseguiria", diz.

Acadêmicos e Indústria
Questionados sobre as diferenças temáticas da pesquisa realizada nos dois ambientes, ambos os entrevistados admitiram que são campos diferentes, porém conciliáveis: "A linha acaba sendo um pouco diferente, mas você consegue aplicar muita coisa que você aprende no Mestrado", diz Sabrina Corrêa. Mazzanti aprofundou a conversa: para ele, a pesquisa realizada na indústria exige muito mais resultado em um tempo muito curto, porém é realizada de forma mais ágil, com equipes maiores e em grupos multidisciplinares. "A indústria limita a capacidade de criação, o que te ajuda é que depois que você vivencia você ganha muito conhecimento”, emendou Sabrina.

Além dessa discussão os participantes também falaram sobre outras formas através das quais acadêmicos podem interagir com a indústria: “As pessoas que estão se especializando na Indústria não sabem escrever artigos acadêmicos, é um ramo a se seguir por lá. A revisão de cada artigo científico custa algo em torno de R$ 6 mil a 10 mil reais, tem muito ‘picareta’ nessa área, não tem gente boa que faça isso no Brasil”, disse Mazzanti, em tom de sugestão.

Semana Farmacêutica
A Semana Farmacêutica acontece anualmente na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e já está na 13ª edição. Durante a semana são realizados debates, palestras, mini-cursos, oficinas, apresentação de pesquisas em painéis e estandes. Em 2008, ano de comemoração dos 110 anos do ensino de Farmácia no Brasil, foram realizados dentro da Semana a "16ª Reunião de Iniciação Científica", a "Semana Universitária Paulista de Farmácia-Bioquímica" e a Campanha de Controle de Diabetes.

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