ISSN 2359-5191

14/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 125 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Profissionais consideram design sustentável necessidade mundial

São Paulo (AUN - USP) - Um design de produto bem bolado pode ajudar a salvar o meio-ambiente. Em linhas gerais, essa é a opinião de alguns dos mais importantes profissionais do ramo no Brasil e na América Latina: Marili Brandão, Fernando Mascaro, Walen Nogueira Jr. e o argentino Christian Ullman, que estiveram presentes no recente evento “Design em Pauta 2008”, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

Marili Brandão, do Brasil Faz Design, mostrou como o design pode auxiliar em uma produção ecologicamente correta. Segundo ela, a aparência, a longevidade e a durabilidade de um produto são fatores decisivos na determinação de seu “ciclo de vida”, que deve ser “extenso”. Isso ajudaria a diminuir o descarte de um grande número de produtos, muito positivo para o meio-ambiente.

Ainda de acordo com Marili, outras questões precisam ser pensadas para que haja uma produção responsável. Para a designer, a parcimônia no uso de matérias primas e a produção local (de modo a evitar menos gastos com combustíveis para transporte, o que gera menos poluição) são idéias que devem permear a produção industrial.

Fernando Mascaro, da Grendene, também é um aliado do eco-design. Sua empresa é famosa por idealizar calçados “chiques” sem usar materiais caros (as sandálias Melissa, por exemplo, são em sua maioria feitas de plástico). Para ele, não se pode mudar algumas características da indústria: “Elas sempre vão poluir, isso é fato”.

Todavia, segundo Mascaro, a empresa faz o que o designer manda, logo ele tem que pensar em todo o processo de produção, de modo a transformá-lo em algo que agrida menos o meio-ambiente. “O designer deve atuar na pré e na pós-concepção de um produto, de modo a diminuir o tempo e os gastos com a concepção, com a produção em si”. Através de suas estratégias, ele ajudou a Grendene a diminuir em 20% seu uso de energia elétrica e também a usar menos matéria prima. “O design é a mais importante ferramenta para um mundo sustentável”, completou.

O carioca Walen Nogueira Jr., da ZipLux Design, foi outro que teve sucesso com o design sustentável. Ele criou um inovador totem que promete ajudar a melhorar a iluminação pública do país, e com isso ganhou dois troféus do Prêmio Idea Brasil (com destaque para o Troféu Sustentabilidade), um dos mais importantes do mundo, e chegou à final do F Product Design Awards 2008, o “Oscar do design” realizado anualmente em Hannover, na Alemanha..

O totem fez tanto sucesso pois conseguiu resolver um problema complexo de maneira bastante simples: passou a lâmpada para a parte de baixo do poste, e através do uso de fibras óticas reflete a luz na parte superior do totem. Isso ajudará a diminuir custos com manutenção, além de torná-la bem mais fácil, já que não será mais necessário o uso de andaimes para trocar as lâmpadas no topo (o que também ajuda a não complicar o trânsito). De acordo com Nogueira, as principais vantagens são a economia de até 30% na conta de luz do município e a redução de 60% dos custos de manutenção, já que ela se torna bastante simplificada, entre muitas outras. Tudo isso a partir de um design básico e eficiente.

Por fim, Christian Ullman terminou incentivando a “brincadeira do design”. Ele mostrou diversas obras feitas por profissionais e também por amadores, todas a partir da idéia do design sustentável. As de maior destaque foram o escorredor de pratos que dirige a água para vasos de plantas, o vaso sanitário móvel (útil para localidades sem boas condições de saneamento) e o pneu sem câmara de ar, praticamente indestrutível. Para o argentino, a tendência do design atual é a não utilização de materiais nobres e a máxima utilização da criatividade.

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