ISSN 2359-5191

10/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 28 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Professor afirma que Da Vinci era um engenheiro fracassado

São Paulo (AUN - USP) - O famoso retratista da Mona Lisa (ou La Gioconda), Leonardo Da Vinci, é também muito conhecido por seus inúmeros estudos nos mais diversos campos do conhecimento. O artista e cientista nasceu na Itália no começo do século XV, em meio ao Renascimento. Destacou-se na poesia, música, pintura, anatomia, matemática, botânica e na engenharia. No entanto, não terminou nenhuma de suas obras e todos os engenhos idealizados por ele não funcionavam. Fato que levou o professor Deniol Tanaka, da Escola Politécnica, a rotulá-lo como artista e engenheiro fracassado.

O interesse de Da Vinci por diversas áreas pode ser visto pela abrangência de seus estudos. Mas o próprio chegou a escrever: ”Eu, Leonardo, um dia hei de conhecer todas as coisas e saber dominar todas as artes que abrem ao homem os caminhos dos grandes segredos do Universo”. Acredita-se que seus estudos eram todos relacionados, utilizando inclusive sua capacidade de artista para esquematizar as descobertas científicas. “Como as coisas que idealizava e construía não funcionavam, fazia experimentos ou projetava e construía novos dispositivos para fazer funcionar, que também falhavam ou não funcionavam. O que levava a novos projetos. Assim, nunca conseguia terminar o que começava”, diz Tanaka.

Mesmo em sua produção artística podemos notar essa inconstância. Após analisar com calma todas as obras do renascentista, Deniol Tanaka observou que apesar de Leonardo usar seu conhecimento científico no aperfeiçoamento da arte, nunca finalizou nenhuma de suas pinturas, que eram terminadas por seus aprendizes. Isso faria dele um artista mal-sucedido, afinal, não entregava suas encomendas e nem chegava a ver suas obras prontas.

O que era então Leonardo Da Vinci? “Um brilhante cientista!”, responde o professor. Afirma ainda que foi bom que seus inventos não funcionaram, caso contrário, ele talvez não tivesse estudado tantas coisas em tantas áreas.

A grande lição que Da Vinci deixou, de acordo com o professor, é “a necessidade de nunca desistir”. Deniol aponta que os erros dele foram nunca ter trabalhado em grupo e nem ter divulgado o seu trabalho para que outras pessoas pudessem desenvolver seus estudos, que se mostram muito frutíferos mesmo hoje, mais de seis séculos depois de feitos. A escova de dente elétrica lançada em 2002 pela Oral B, por exemplo, teve todos os mecanismos internos esquematizados pelo renascentista. Também o módulo path finder, que a NASA mandou para Marte em 2000, foi inspirado no carro autônomo que ele imaginou.

Tanaka, apesar do que possa parecer, é fã do cientista italiano. Desde que leu o livro A vida íntima de Mona Lisa, por indicação de um amigo, na década de 1970, começou a se interessar sobre a personalidade. Passou, então, a estudá-lo e citá-lo constantemente em suas aulas no Departamento de Engenharia Mecânica. Em uma dessas aulas foi desafiado por um aluno a provar sua opinião de que Da Vinci seria um engenheiro frustrado. Preparou, então, uma palestra reunindo todos os arquivos e conhecimento que tem sobre o tema, para provar seu ponto de vista. A palestra fez tanto sucesso que vem sendo repetida desde então em diversos lugares.

Para assistir a primeira palestra ministrada em 2008, acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=7m-Lu2O4uXI

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