ISSN 2359-5191

16/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 53 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Jogo ajuda na reabilitação de crianças e adolescentes

São Paulo (AUN - USP) - O tratamento de pacientes com paralisia cerebral ou distrofia muscular pode ser muito difícil e entediante. Ainda mais se esse for uma criança ou um adolescente. Com o intuito de melhorar o tratamento desses indivíduos, a doutoranda Ana Grazielli Corrêa desenvolveu o jogo “GenVirtual” que utiliza a música e a realidade aumentada e pode ajudar na recuperação motora e cognitiva.

O software começou a ser desenvolvido em 2007 em parceria com a musicoterapeuta Marilena do Nascimento, coordenadora do Setor de Musicoterapia da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). “As crianças com paralisia cerebral tinham dificuldade para tocar ou precisavam usar aparelhos acoplados nas mãos”, conta Ana Grazielli.

O GenVirtual é bem simples e necessita apenas de um computador com uma webcam conectada e cartões de papel com símbolos (disponibilizados para o site do programa). A câmera capta os contrastes do cartão e o converte em um código que o computador entende como ordem para mostrar como um cubo colorido. Quando o paciente atinge esse cubo virtual (guiando-se pela imagem no computador), é gerada uma nota musical. O programa reproduz o som de 10 instrumentos de sopro, corda e percussão e a partir disso é possível que se produza melodias.

Brincar de “Genius” é uma das possibilidades de interação. Na brincadeira, uma seqüência de notas é tocada pelo computador e deve ser repetida pelo participante, conforme esse acerta, o número de notas aumenta. Segundo Adriana Klein, coordenadora do setor de Terapia Ocupacional da Associação Brasileira de Distrofia Muscular (ABDIM), o jogo “foi capaz de aliar a reabilitação física (movimentos ativos de membros superiores) com treino cognitivo (treino de memória)”.

Após três anos de desenvolvimento, neste ano passou a sua fase de testes. Testes foram executados na própria AACD e ABDIM, no setor de Terapia Ocupacional. Os resultados se mostraram muito promissores em quatro meses de testes, a motivação e a satisfação dos pacientes havia aumentado mais de 40% em relação ao tratamento. “Sem dúvida os pacientes mostraram uma maior motivação e interesse pela reabilitação proposta. Ela tornou-se menos ‘mecânica’, mais participativa e desafiadora. Não podemos comprovar se a eficácia do exercício é o mesmo, porém com uma maior participação do paciente, a qualidade dos movimentos propostos pelo terapeuta, tende a ser maior”, disse Adriana.

Agora o desafio é testar a aplicabilidade do jogo em domicílio. A equipe que é coordenada pela professora Roseli de Deus Lopes, agora trabalha em tornar o programa disponível em versão Flash. Dessa maneira seria possível que os pacientes jogassem remotamente e até mesmo formassem bandas online. No entanto o interesse não para aí. “Quero continuar trabalhando com acessibilidade. Para nós a tecnologia facilita, para os pacientes possibilita”, afirma Ana Grazielli e continua: “para o meu doutorado é importante, mas o melhor é saber que estou fazendo a diferença na vida das pessoas”.

Para obter o GenVirtual e demais informações, acesse: http://www.lsi.usp.br/nate/projetos/genvirtual

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